Sadinos criticam comportamento de adeptos envolvidos nas altercações e falam em situações que apenas penalizam o clube.
No passado dia 4 de outubro a partida entre Vitória FC e FC Gaia, que decorria no Pavilhão Antoine Velge, em Setúbal, foi interrompida perto do final da primeira parte, depois de alguns adeptos sadinos terem invadido o campo. Na altura a equipa forasteira estava em vantagem por 16-5, tendo ainda o jogo sido retomado, depois dos adeptos terem regressado às bancadas, jogando-se ainda o resto da primeira etapa que ficou em 16-6.
Contudo, as equipas acabaram por não retomar a partida, após o intervalo, depois da delegada de jogo da Federação de Andebol de Portugal, considerado que não “estavam reunidas as condições de segurança”.
Em comunicado, o Vitória FC colocou-se lado “da Federação de Andebol de Portugal e das autoridades, no sentido da promoção da ordem, da segurança e do respeito pela prática desportiva”. “O Vitória está, portanto, disponível para, dentro de todas as suas possibilidades, colaborar no sentido de punir os transgressores que, alegando responder a provocações vindas do recinto de jogo, invadiram-no, situação que uma vez mais apenas penaliza o nosso Clube e a sua equipa de Andebol”, pode ler-se na publicação feita nas redes sociais dos sadinos.
A claque “Ultras Grupo 1910”, em comunicado publicado na passado segunda-feira, também lamentou os acontecimentos, sublinhando, no entanto, as “provocações a atletas do Vitória FC e ao público presente, igualmente inaceitáveis” por parte de um jogador do FC Gaia. O grupo de apoio sadino decidiu inclusivamente “suspender o apoio ao andebol por tempo indeterminado, não querendo ser um foco de destabilização e/ou bode expiatório numa época que não está a correr conforme o esperado”.
Ao que o Semmais pôde apurar existem várias possibilidades em cima da mesa, desde a retoma do jogo, à punição de derrota ao Vitória FC. Além disso, pode juntar-se uma pesada multa e também interdição do pavilhão, uma agravante já que os sadinos são reincidentes nestas situações, depois de em junho passado a partida entre Vitória FC e Belenenses ter ficado também marcada por altercações.
PSP rebate críticas e afirma que não podia comprometer resposta na cidade
Além da crítica ao comportamento dos adeptos envolvidos nos confrontos, o Vitória apontou ainda baterias à PSP. “Apesar de uma patrulha da PSP ter efetivamente estado presente no recinto durante as mais de 3 horas que tardou a resolução destes lamentáveis incidentes, nunca esta se mostrou disponível para que 2 dos seus elementos pudessem permanecer no Antoine Velge durante o decorrer da segunda parte do jogo”, refere o comunicado dos sadinos.
A PSP confirmou ao Semmais ter estado no local, após ter recebido “uma chamada que dava notícia da ocorrência de uma desordem no interior do referido pavilhão”. A Polícia esclareceu ainda que não estava a acompanhar a partida, porque o “Vitória Futebol Clube não requisitou policiamento”, por este não ser “um jogo cuja legislação preveja a sua obrigatoriedade”. Face a esta situação e mesmo se tendo registado as altercações durante o jogo, a PSP garante não ter sido “possível desviar para esse evento privado qualquer efetivo, uma vez que ficaria comprometida a capacidade de resposta da PSP às inúmeras solicitações e pedidos de auxílio que nos são dirigidos por parte da população”.