A Associação, com sede em Palmela, apostou no POR Lisboa para uma intervenção territorial multifundos que gerou duas dezenas de postos de trabalho, num investimento superior a um milhão de euros.
A estratégia da ADREPES de intervenção territorial multifundos em bairros desfavorecidos na sua área de atuação já resultou na aprovação de projetos que criaram 20 postos de trabalhos, num investimento de 1,1 milhões de euros.
Trata-se da implementação do DLBC (Desenvolvimento Local de Base Comunitária Urbano), no quadro do POR – Lisboa (Programa Operacional Regional de Lisboa 2020), com recursos a verbas do Fundo Europeu do Desenvolvimento Regional (FEDER) e Fundo Social Europeu (FSE), operacionalizado através de apoios do SI2E, +CO3SO e PIEAS. “Estas intervenções estiveram a cargo do Grupo de Ação Local ADREPES Urbano, uma parceria no âmbito territorial constituída por entidades públicas e privadas com estreita ligação ao tecido social, económico e institucional de bairros desfavorecidos, nomeadamente nos concelhos de Alcochete, Moita, Palmela, Sesimbra e Setúbal”, explica Natália Henriques, diretora executiva daquela entidade com sede em Palmela.
A mesma responsável afirma que este tipo de intervenção “foi aplicada no território pela primeira vez”, sendo que o principal objetivo tem a ver com a “promoção da inclusão social, combate à pobreza e à discriminação”.
Aproveitamento de apoios em todas as vertentes
Em termos objetivos, através do SI2E – Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo e Emprego, foi possível promover pequenos negócios e alavancar a dinâmica empresarial dos beneficiários, através do apoio a investimentos materiais nas empresas e às remunerações dos empregos criados. Neste âmbito, destaca-se o projeto da Frequent Decision Lda. localizada em Palmela, cujo negócio está assente no fornecimento de serviços de marketing com um foco específico no mercado digital.
Neste caso concreto, e segundo a ADREPES, com o apoio do SI2E foi possível expandir a sua área de atuação através do desenvolvimento da plataforma NextLink, que permite a gestão, redireccionamento e monetização de tráfego dos anúncios digitais, permitindo posicionar o cliente no mercado nacional e internacional. Foram também reforçados os recursos humanos com a criação de cinco novos postos de trabalho, que receberam formação específica associada ao mercado digital.
Já no âmbito do +CO3SO – COnstituir, COncretizar e COnsolidar Sinergias e Oportunidades, que tem como objetivos a criação ou expansão de Micro, Pequenas e Médias Empresas, foi possível apoiar o projeto da empresa Regra Esplêndida – Unipessoal, Lda. localizada na União das Freguesias da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira, concelho da Moita, que desenvolveu um projeto de Turismo Social nas zonas mais desfavorecidas da Península de Setúbal, para turistas que pretendam passar as suas férias a colaborar com instituições sociais e/ou empresas com responsabilidade social, numa vertente humanista e voluntária.
Viver novas experiências ao serviço do turismo social
Com o desenvolvimento deste projeto, foi possível contratar duas pessoas, com funções de organização da estadia na região, assumindo as tarefas de programar o alojamento, o transporte e as refeições a um preço acessível para o turista. “Trata-se de um projeto muito interessante, já que podem também estabelecer a relação com as organizações regionais de solidariedade social que acolhem este tipo de pessoas para prestar voluntariado no seu período de férias”, afirma a diretora executiva da ADREPES. E acrescenta: “O turismo social tem sido cada vez mais difundido a nível internacional, sendo uma opção para diversos jovens e adultos que têm interesse em desenvolver competências na área social e viver novas experiências, auxiliando as populações nas suas necessidades específicas, apropriando-se da cultura local”.
Por sua vez, ao abrigo do PIEAS – Projetos Inovadores e Experimentais na Área Social, foram apoiadas iniciativas direcionados para a pessoa sem-abrigo, desempregados e idosos em situação vulnerável.
Um “berçário” para geração de ideias empreendedoras
Neste caso, destaca-se o projeto “MicroNinho Jovem Empreende – Incubadora e Oficina Social”, que pretende ser um “berçário” para a geração de ideias empreendedoras e para a criação de micro negócios sociais, dinamizado num espaço oficinal para jovens empreendedores, associado ao seu acompanhamento psicossocial e seus familiares, em situação de vulnerabilidade, exclusão social e na oferta de multi serviços e produtos, de cariz comercial ou social, destinada principalmente a idosos vulneráveis.
Este projeto foi desenvolvido pela ADA – Associação de Desenvolvimento de Alcochete e tem como parceiros estratégicos de atuação da Câmara Municipal de Alcochete, CERCIMA, Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas Poeta Joaquim Serra e CPCJ de Alcochete.
“Pela primeira vez, a ADREPES teve uma intervenção nos territórios urbanos da Península de Setúbal. Através da sua experiência enquanto agente de desenvolvimento local foi possível implementar e concretizar uma estratégia que melhorasse alguns dos problemas diagnosticados, em particular, o reforço das empresas e instituições localizadas em bairros desfavorecidos e a criação de emprego em grupos vulneráveis, como as mulheres desempregadas, os jovens e os sem-abrigo”, finaliza Natália Henriques.