Nuno Canta (PS), admitiu esta terça-feira que já antecipava algumas dificuldades da solução Montijo + Portela na comparação com outras soluções para o novo aeroporto de Lisboa, mas considerou prematuro excluir já o seu município.
“É evidente que numa avaliação de longo prazo nós teríamos alguns daqueles princípios em que iríamos ficar aquém de outras soluções, nomeadamente em termos de capacidade de expansão, mas eu acho que neste estudo falta dar resposta um problema essencial: como é que vamos resolver, a curto ou médio prazo, a solução aeroportuária de Lisboa”, disse Nuno Canta.
“Nós, no critério de celeridade de execução da obra, aparecemos próximo de Campo de Tiro de Alcochete (CTA) e não se compreende como somos prejudicados nisso, porque, certamente, seriámos os que teríamos melhor condição em termos de celeridade e de execução da obra”, acrescentou o autarca do Montijo, no distrito de Setúbal, defendendo que é necessário encontrar soluções de curto prazo, mesmo que se avance com a construção do futuro aeroporto em Alcochete.
Segundo Nuno Canta, a solução do Montijo não só já tem uma licença ambiental aprovada pela Agência Portuguesa para o Ambiente (APA), como se trata de um “reaproveitamento de uma infraestrutura aeroportuária que já existe e que poderia estar a funcionar dentro de três ou quatro anos, quando a solução Alcochete deverá precisar, pelo menos, de seis ou sete anos”.
Embora considere que as soluções duais que envolvem o aeroporto de Lisboa Humberto Delgado e o Montijo, Portela + Montijo ou Montijo + Portela (sendo Lisboa o aeroporto principal e Montijo o aeroporto complementar, ou o contrário), ainda não estão excluídas definitivamente, Nuno Canta salientou que “o mais importante é a nova infraestrutura aeroportuária ficar na margem sul do Tejo, pelas vantagens e oportunidades que representa para a Península de Setúbal”.
A Comissão Técnica Independente identificou Alcochete como a solução com mais vantagens para a construção do novo aeroporto e a manutenção de um `hub´ (aeroporto que funciona como plataforma de distribuição de voos) intercontinental`.
De acordo com o relatório preliminar da comissão técnica independente responsável pela avaliação ambiental estratégica para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, que estudou nove opções, são viáveis as soluções Humberto Delgado + Campo de Tiro de Alcochete, até ficar unicamente Alcochete com mínimo de duas pistas, bem como Humberto Delgado + Vendas Novas, até ficar unicamente Vendas Novas, também com um mínimo de duas pistas.
Já as opções Humberto Delgado + Montijo e Montijo como ‘hub’ foram classificadas como “inviáveis para um ‘hub’ intercontinental”, por razões aeronáuticas, ambientais e económico-financeiras “devido à sua capacidade limitada para expandir a conectividade aérea”.
Humberto Delgado + Santarém e Santarém como aeroporto único “não são opção por razões aeronáuticas (de navegação aérea)”, apontou a CTI.