Separação do lixo doméstico no Montijo pode reduzir taxas em quase um milhão

No Montijo são mais de 6.000 as famílias que já aderiram ao programa “Sobras têm Valor”. A câmara, que já investiu quase 900 mil euros, pretende levar o projeto a toda a cidade.

São já mais de 6.000 famílias que aderiram, no Montijo, ao programa “Sobras têm Valor”. Trata-se de uma iniciativa camarária que visa promover a separação de bioresíduos e, desse modo, contribui para fazer diminuir a taxa cobrada pela empresa contratada para fazer o tratamento. Por outro lado, esta separação de lixo pode igualmente permitir o aproveitamento de restos suscetíveis de serem utilizados na agricultura.

“Atualmente a Câmara Municipal do Montijo paga por ano, à Amarsul, cerca de 2,9 milhões de euros para que sejam tratados os resíduos alimentares. Com a campanha “Sobras Têm Valor” em marcha desde 2023, já mais de 6.000 famílias aderiram à separação deste tipo de lixo. São pessoas a quem é fornecido um cartão que permite abrir os recipientes especiais criados para esta recolha seletiva. A separação tem vantagens efetivas, quer seja em termos ambientais, quer seja em termos económicos”, disse ao Semmais o presidente do município, Nuno Canta.

As expetativas do executivo municipal são de que a adesão dos cidadãos seja ainda maior e que, em breve, possa abranger a quase totalidade dos mais de 40 mil residentes. “No ano passado iniciámos esta campanha nos bairros mais novos. Agora é altura de a expandirmos a toda a cidade. Já fizemos um investimento de 872 mil euros, verba destinada à aquisição de dois camiões especiais, dos contentores e do sistema informático que permite manter os utilizadores em segurança, nomeadamente no que diz respeito à proteção de dados, uma vez que os cartões utilizados possuem diversos indicadores pessoais, tal como seja o número de contribuinte”, adiantou ainda o autarca.

Nuno Canta explicou ainda que os bioresíduos que estão a ser separados são, sobretudo, restos de carne ou peixe, vegetais ou cascas de batatas, legumes ou ovos. “São matéria orgânica que não deve ser misturada com outros desperdícios domésticos. A sua reutilização, nomeadamente em fins agrícolas, é viável e livre de qualquer risco. Por isso mesmo foi feito o investimento em dois camiões, os quais já se encontram a recolher o que é separado. Calculamos que no Montijo, das 29.000 toneladas de resíduos domésticos que anualmente são produzidos, cerca de 50 por cento sejam bioresíduos. Trata-se de matéria que não será depositada nos aterros sanitários e que pode ser reutilizada. Criam- -se condições para desenvolver uma economia circular. Os custos de tratamento do lixo serão, portanto, muito inferiores ao que se costuma pagar”, disse.