Só de construção, o nascimento da ERPI e de Habitação Colaborativa ascendem os três milhões de euros, sendo o investimento completado com a aquisição e futura instalação de equipamentos.
A freguesia da Quinta do Anjo, em Palmela, vai contar com duas novas respostas sociais, depois da Fundação COI ter avançado para a construção de uma Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) e uma Habitação Colaborativa, tendo as primeiras pedras destas empreitadas sido lançadas em janeiro. “A ERPI nasce da necessidade identificada pelo Diagnóstico Social do concelho. Já a Habitação Colaborativa surge através de um convite da câmara no âmbito da Estratégia Local de Habitação”, revela ao Semmais Carlos Marques Taleço, presidente do Conselho de Administração da Fundação.
A ERPI, que está a ser edificada na Avenida Dr. António Matos Fortuna, vai destinar-se especialmente, disse o responsável, a utentes com demências ou a padecer da doença de Alzheimer. Representa um investimento só de empreitada de 2 milhões e 200 mil euros, vai disponibilizar 45 vagas e criar duas dezenas de postos de trabalho.
Já a Habitação Colaborativa, na zona de Brejos de Carreteiros, oferece uma resposta inovadora à comunidade idosa, implica um investimento de 1 milhão e 200 mil euros e vai criar, pelo menos, cinco empregos. “Estamos a falar de 16 apartamentos T1, três apartamentos T0 e um apartamento T2. Vamos ter uma equipa técnica, não assistencial, na coordenação. Acaba por não se saber muito bem ainda como vamos trabalhar, porque é uma experiência nova em Portugal”, explica Carlos Marques Taleço.
“Esta resposta é destinada a um tipo de utente diferente do que temos na ERPI, um utente com alguma autonomia, que ainda conseguem gerir a sua vida. A equipa vai apenas colmatar fragilidades que possam existir, como de locomoção, entre outras. É uma intervenção reduzida, para a promoção de uma vida normal”, acrescenta Fábio Bourscheid, vogal do Conselho de Administração.
Instituição lamenta demoras burocráticas
Feitas as contas e se somados os custos da aquisição do equipamento para as duas infraestruturas – como por exemplo para os cuidados de saúde, fisioterapia, quartos, refeitórios, entre outros – o investimento total deverá ultrapassar, os cinco milhões de euros. Parte deste valor vai ser suportado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), em 55 por cento, apesar de, até agora, a Fundação ter custeado todo o processo. “Foram feitos os projetos, as coisas avançaram, mas já há muito dinheiro investido e ainda não se viu nada. O PRR está no limite da burocracia. Estamos a construir e, neste momento, posso-lhe garantir, que ainda não veio subsídio. Tem sido com fundos próprios e bancários que a obra tem avançado”, lamentou Carlos Marques Taleço.
Apesar da consciência da importância que estas respostas sociais vão ter, a Fundação tinha preferência por outra zona do concelho. “A nossa vontade era construir em Poceirão e Marateca, a zona mais carenciada do concelho em respostas deste tipo, mas a câmara decidiu pela Quinta do Anjo e cedeu-nos estes terrenos. Respeitamos a decisão”, revela o presidente da fundação.