No Challenge International du Vin 2024, a adega conquistou oito ouros num concurso de prova cega. Dos 12 milhões de litros produzidos, cerca de um terço vai para o estrangeiro.
As portas do mundo voltaram a escancarar-se para a Adega Cooperativa de Pegões. No final de abril, em Bordéus, França, aquela que é a maior adega cooperativa do país arrecadou mais oito medalhas de ouro no decurso do Challenge International du Vin, 2024. São prémios que contribuem para o reforço do prestígio internacional da marca e, também, do seu enólogo, Jaime Quendera.
“O que posso dizer a propósito destas conquistas, das da Adega Cooperativa de Pegões e também das da Casa Ermelinda Freitas, é que as mesmas servem para colocar a península de Setúbal e o país no mundo. Todos os principais mercados mundiais sabem que em Portugal e em Setúbal existem vinhos de grande qualidade e a preços muito competitivos. Numa altura em que as diferentes conjeturas financeiras, sociais e políticas fazem com que os produtores de todo o mundo não consigam escoar os seus produtos, em Setúbal não existe esse problema. Tudo o que se produz é vendido”, explica ao Semmais o enólogo Jaime Quendera a quem, nos bastidores dos grandes concursos internacionais, também já chamaram Cristiano Ronaldo e José Mourinho, tantos os prémios conquistados. “Foi precisamente neste concurso, realizado em Bordéus, em 1996, que ganhei, por Pegões, a primeira medalha de ouro”, recorda.
A última colheita da Adega de pegões resultou em cerca de 12 milhões de litros de vinho. Desse total, segundo refere Jaime Quendera, cerca de 30 a 35 por cento destinam-se á exportação. “São cerca de dez milhões de euros em vendas de vinho para todos os continentes, para mais de 50 países. Para se ter uma ideia da dimensão que estamos a atingir, basta referir o facto de recentemente, uma amigo me ter dito que encontrou vinho nosso numa pequena ilha das Filipinas. Naturalmente que isso nos deixa muito satisfeitos”, diz.
As perspetivas futuras, seja para o vinho de Pegões seja para outros produzidos na mesma região, são, de acordo com o mesmo enólogo, boas. “Acredito que existem condições para todos progredirem. Há, no entanto, que ter em conta a eventual influência negativa que as alterações climáticas podem potenciar. Nos últimos anos temos constatado a existência de temperaturas muito elevadas no verão. Vale o facto de as nossas vinhas se localizarem entre dois rios de grande caudal. O Tejo e o Sado são fundamentais para a produção de vinho na península ”, adianta Jaime Quendera.
No concurso de Bordéus, onde estiveram representados milhares de vinhos de todo o mundo para serem apreciados, em prova cega, por júris compostos por técnicos vinícolas, produtores, distribuidores e consumidores, a Adega de Pegões (47 medalhas já obtidas este ano, sendo 40 de ouro e as restantes de prata) assumiu protagonismo com o Syrah, o Grande Reserva, o Touriga Nacional, o Alicante Bouschet, o Rovisco Pais Premiun e o Colheita Selecionada.