Há especiais atenções com parques florestais e espaços agrícolas e de matos. Ações de sensibilização envolveram as autarquias e não se espera que surjam especiais dificuldade na península.
Com o calor a aumentar, começam a ultimar-se os Planos Operacionais para fazer frente aos incêndios. Na península de Setúbal os meios de socorro já se encontram a postos. Estão mobilizadas as companhias de bombeiros, GNR e ICNF. Ao todo serão 419 operacionais, 95 viaturas e um helicóptero bombardeiro/ligeiro. A prevenção, com campanhas efetuadas junto dos municípios e dos cidadãos, são a aposta mais forte para fazer com que os resultados, à semelhança do que aconteceu em 2023, sejam dos melhores do país.
“Temos, naturalmente, uma especial atenção com as áreas protegidas e os parques nacionais”, disse ao Semmais o comandante da Sub-Região de Setúbal, Sérgio Moura, lembrando que decorrem há muito as campanhas de sensibilização das populações, as quais incidem, sobretudo, na limpeza dos terrenos e, também, na colaboração que possam prestar às equipas de socorro, “cumprindo todas as recomendações, nomeadamente as que se referem, em caso de sinistro, a não obstruírem as estradas e caminhos”. “Não há necessidade alguma de as pessoas fazerem deslocações sempre que têm conhecimento de um incêndio. Devem sim tomar especiais cuidados com a limpeza dos terrenos e na utilização de maquinaria, pois são essas as causas, muitas vezes, da maioria dos sinistros”.
Sérgio Moura entende que os bons resultados obtidos (de acordo com o último relatório do ICNF elaborado em 2023 a região foi palco de 293 fogos, a terceira do país com menos ocorrências, dos quais resultaram 198 hectares ardidos) são “fruto do trabalho de proximidade entre todo o dispositivo e os municípios”, mas lembra que “não se pode pensar que tudo está garantido”. “A península compreende 167 mil hectares, dos quais 76,5 mil são de área rural. Há, portanto, 41 por cento do território ocupado por área rural, mais sujeita a fogos”, disse.
Em 2023, o incêndio de maiores dimensões ocorrido na região consumiu cerca de dez hectares de matos na zona da Salgueirinha, no Pinhal Novo.
Com uma abrangência que se estende desde a zona de Almada à Marateca, os bombeiros da região, para além do meio aéreo que terão à disposição na Base Aérea 6, no Montijo, poderão ainda ser reforçados com pessoal e material afetos a outras zonas do país. “Os meios existentes são, em minha opinião, os que foram considerados adequados. Sabemos que se for necessário haverá sempre reforços”, acrescentou.
Os meios de combate da península estarão também à disposição dos concelhos do Litoral Alentejano. Nesta área, essencialmente de floresta, a situação em termos de território ardido é bem diferente. Os relatórios do ano transato referem um total de 5.657 hectares ardidos. Foram identificados uma centena de fogos rurais, que provocaram a destruição de 4.147 hectares nas proximidades de povoamentos, 1.122 hectares de matos e 338 em zonas de produção agrícola.