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Tiago Correia enaltece fado de origem montijense

“De AldeiaGalega a Montijo: Uma História de Fado”, produzido pelo Cinema-Teatro Joaquim D’Almeida e com a curadoria do fadista montijense Tiago Correia, vai amanhã a palco na Praça Gomes Freire de Andrade, no âmbito da Feira Sabores & Tradições, no Montijo.

O concerto, que percorre a memória viva daquela terra e das suas gentes, homenageia os fadistas e poetas que marcaram a cidade desde os tempos da Aldeia Galega à atualidade. “Esta localidade foi muito importante para o fado e para a poesia. Teve grandes poetas, alguns deles nunca foram cantados no fado e outros, se foram cantados, têm poucos ou nenhuns registos disso. Há muitos anos que desejava celebrar os poetas e fadistas do Montijo”, sublinha Tiago Correia, em conversa com o Semmais.

Em palco com o fadista vão estar Sebastião Pereira, na guitarra portuguesa, João Domingo, na viola, e Paulo Paz, no contrabaixo. Juntam-se ainda convidados como Martim Saragaço d’Aires, Manuela Cavaco e Catarina Dionísio. “A primeira parte do espetáculo é uma homenagem aos poetas nascidos na cidade e que tiveram importância na sua história e a segunda é dedicada aos fadistas da história do concelho. Além dos convidados vamos celebrar os artistas, através de uma homenagem pelo saxofonista Tomás Marques. Não foi fácil montar um reportório para o espetáculo, porque há muita riqueza cultural, mas tentámos incluir aqueles que foram mais importantes na história e que, de certa maneira, têm alguma importância dentro do meu coração”, avança.

Questionado sobre a importância do Montijo no panorama nacional do fado, quando existem Lisboa e Coimbra, Tiago Correia sublinha influências claras, mas também aspetos próprios que dão riqueza ao fado montijense: “A musicalidade e sonoridade estão muito associadas aquilo que temos no fado de Lisboa. Depois existem coisas muito próprias do Montijo, como a tradição marialva, a tauromaquia, a pesca e os pescadores. No novo fado, por exemplo, eu já escrevi sobre a importância da flor, mas, no geral, anda muito em torno das nossas tradições populares”.