O secretário-geral do PCP defendeu este domingo que Almada quer mudança e é possível “uma grande vitória” da CDU, apelando aos eleitores insatisfeitos com a gestão do PS para que “não percam a oportunidade” e votem na coligação.
“A uma semana das eleições e aqui chegados, podemos dizer que cresce a vontade de mudança, cresce o sentimento de que a CDU tem mesmo de voltar à gestão da autarquia aqui em Almada”, afirmou Paulo Raimundo.
O secretário-geral do PCP discursava num comício em Almada, câmara que pertenceu ininterruptamente a coligações lideradas pelo partido entre 1976 e 2017, ano em que o PS venceu as eleições autárquicas no concelho, que gere desde então.
Paulo Raimundo defendeu que o candidato da CDU à Câmara Municipal de Almada, Luís Palma, vai estar “apenas ao serviço de Almada e não ao serviço do negócio, da especulação, do retalho desta terra“, numa alusão à atual gestão de Maria de Medeiros (PS).
Dirigindo-se às centenas de pessoas que estavam na praça a assistir ao comício, Paulo Raimundo pediu a “todos aqueles que em Almada justamente estão insatisfeitos com a atual gestão” para que votem na CDU. “Os que sabem que não há como explicar problemas e problemas que se acumulam, desde logo a falta de limpeza, a incapacidade de resposta para enfrentar o drama da habitação, os que consideram que esta gestão está esgotada, que se deixaram levar pela cantiga, pela propaganda, pela ilusão e pelas falsas promessas”, disse.
A todos esses, Paulo Raimundo pediu que, “independentemente das opções políticas ou partidárias que têm, independentes de onde que é votaram nas últimas eleições ou nas outras”, integrem “o movimento de mudança” que considerou estar em construção em Almada.
Que ninguém perca esta oportunidade que está aberta para que Almada volte ao caminho que foi interrompido”, salientou.
O secretário-geral do PCP defendeu que, apesar de “para muitos” parecer até há pouco tempo impossível a CDU reconquistar Almada, “o trabalho, a honestidade, a seriedade” dos candidatos, assim como a “justeza” das suas propostas, tornaram esse cenário possível.
“É possível que os trabalhadores, a população, a juventude de Almada tenham uma grande vitória eleitoral no próximo dia 12. E para terem uma grande vitória eleitoral, é dar força, dar apoio, dar o voto à CDU e ao Luís Palma para futuro presidente da Câmara Municipal de Almada”, pediu.
Paulo Raimundo afirmou que, com a CDU novamente a gerir a câmara, “volta a centralidade às crianças, aos idosos, à juventude, aos trabalhadores da autarquia”, assim como o “associativismo, a cultura, o desporto, o lazer”. “Com a CDU de volta, volta a esperança, a identidade desta terra, voltam os direitos desta gente, volta o caminho ao serviço e só ao serviço da população de Almada”, referiu.
Antes de Paulo Raimundo, o candidato da CDU à Câmara Municipal de Almada, Luís Palma, defendeu que, nos anos em que geriu o concelho, a coligação construiu “uma história de progresso, de cultura e de participação”. “Mas, nos últimos tempos, o que temos visto é abandono, é falta de rumo, é uma gestão que esqueceu as pessoas. O atual executivo PS prometeu mudança. Mas digam-nos, digam-nos o que é que mudou? Nada”, criticou.
Luís Palma afirmou que, em Almada, “o acesso à habitação está cada vez pior”, as “escolas continuam à espera de obras”, os “centros de saúde anunciados não são construídas” e “a cultura, orgulho de Almada, perdeu o seu espaço, a sua força, o seu brilho”.
“Por isso, digo-vos com confiança: Almada estará de volta. E vamos acreditar com confiança que, no dia 12 de outubro, Almada voltará a ter nos seus destinos o projeto autárquico da CDU”, afirmou.
Raimundo avisa adversários que “esforço de boicote” à CDU não mina confiança das populações
Depois da paragem em Almada, o secretário-geral comunista seguiu para Palmela, onde avisou os adversários da CDU (PCP/PEV) que podem tentar boicotar o seu projeto nas autarquias, mas as populações sabem que, apesar de existirem “insuficiências”, é o que melhor responde às suas necessidades.
Num comício em Palmela — um ‘bastião’ comunista que, desde as primeiras eleições autárquicas, em 1976, tem sido sempre gerido por coligações lideradas pelo PCP –, Paulo Raimundo salientou que a população “não está fora do tempo” e escolhe a CDU porque conhece o seu projeto.
Nós percebemos muito bem o incómodo dos nossos adversários com a obra da CDU. E é verdade que nós não fizemos tudo bem, não fazemos tudo bem, não temos a arrogância de dizer que fizemos tudo bem. Mas, nós temos uma obra que serve todos”, disse.
É por isso que, pessoas que noutras eleições costumam optar por outras forças políticas, nas autárquicas escolhem a CDU, porque “sentem a obra” e “conhecem os candidatos”, salientou, deixando um aviso aos adversários da coligação que junta o PCP e o PEV. “Percebemos bem o esforço do boicote, do contravento, percebemos bem o esforço que é feito para tentar travar bem este processo de desenvolvimento. Percebemos bem a dificuldade de mobilizar contra a nossa gestão, porque a nossa gestão, com insuficiências, aspetos que precisamos de melhorar, responde aos interesses e às necessidades da população”, defendeu.
O secretário-geral do PCP afirmou ainda que, além de responder às necessidades dos munícipes, o projeto da CDU é construído “com a própria população, envolvendo, puxando por ela, pondo-a a participar, para serem protagonistas deste seu processo”.
Depois, continuando com as críticas aos adversários, Paulo Raimundo referiu que a CDU compreende “as diferenças políticas”, aceita “naturalmente a crítica e o debate político” e está “sempre muito à vontade para esse confronto”. “Agora, há uma coisa que nós não toleramos, nem permitimos que seja possível: a mentira, a calúnia, a desonestidade, a demagogia, isso não. E também não permitimos, mas é que não permitimos mesmo que, seja lá quem for, venha lá de onde vier e da forma que vier, ponha em causa a obra que temos feito ao longo destes anos”, insistiu.
Reiterando que a CDU “não tolera esse ataque”, Paulo Raimundo notou que os eleitos pela coligação podem andar “de cabeça erguida e de rosto erguido” porque “têm obra feita, obra para apresentar, obra projetada”. “E, podemos dizer com toda a tranquilidade: a caravana vai continuar a passar. Nós vamos continuar a gerir esta autarquia, a bem do povo, das populações, dos trabalhadores, da juventude, a bem do progresso desta terra”, referiu.
Paulo Raimundo fez este discurso depois de a candidata da CDU à Câmara Municipal de Palmela (distrito de Setúbal), Ana Teresa Vicente, ter identificado como “primeiro objetivo”, caso seja eleita presidente, “retomar a proposta de Plano Diretor Municipal (PDM)” que considerou ter sido boicotada pela oposição no mandato que agora termina.
“Foi politicamente chumbado na Assembleia Municipal por todas as forças políticas que, em estilo de conluio, efetivamente sentiram que aquela era a forma de penalizar a CDU. Porquê? Porque a CDU ia mostrar, efetivamente, aquilo que foi o seu trabalho de muitos anos, que é um desenho completamente diferente para o desenvolvimento deste concelho”, disse.
Ana Teresa Vicente assegurou que, a par das questões da limpeza urbana e da melhoria da qualidade do espaço público, a proposta do PDM é prioritária para a CDU, porque há “pessoas, instituições e empresas com inúmeros projetos contidos naquela proposta”.
LUSA