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Entre importações e exportações, passaram pelo porto de Setúbal 6,6 milhões de toneladas de carga

A versatilidade torna-o num motor económico indispensável para todo o distrito. Por ali passam anualmente, para o país e para o estrangeiro, 6,6 milhões de toneladas de carga. Proteção ambiental é um dos objetivos. Atualmente 86 por centos dos resíduos são valorizados.

Falar do Porto de Setúbal é fazer referência a uma das infraestruturas mais relevantes para a economia do distrito e de um exemplo no sistema portuário nacional. Com 11 terminais e uma operação contínua 24 horas por dia, a infraestrutura portuária movimenta anualmente cerca de 6,6 milhões de toneladas de carga, incluindo 310 mil veículos e 160 mil TEU (contentores). A sua versatilidade permite-lhe servir diferentes setores — da indústria automóvel à metalomecânica, passando pelo agroalimentar e bioindustrial — e responder com agilidade às exigências do mercado ibérico e europeu.

Ao Semmais, o presidente do porto de Setúbal, Vítor Caldeirinha, diz que “a atividade portuária gera milhares de empregos diretos e indiretos e sustenta um ecossistema empresarial que inclui operadores logísticos, transportadoras, estaleiros, agentes marítimos e prestadores de serviços”, salientando desse modo a importância social daquela estrutura. “O impacto do porto estende-se a toda a península de Setúbal, sendo essencial para o funcionamento das cadeias de abastecimento regionais e para a competividade das indústrias instaladas no território”, refere.

Vítor Caldeirinha, ciente da crescente importância do porto sadino, não deixa também de fazer referência à estrutura a funcionar em Lisboa. “A complementaridade com o porto de Lisboa reforça ainda mais o papel de Setúbal na rede logística nacional. Juntos, os dois portos garantem a cobertura do hinterland do Sul de Portugal e da Extremadura espanhola, reforçando a capacidade de exportação e a competitividade das empresas portuguesas”, frisa.A colaboração entre os dois portos é o exemplo de um cluster que já representa 18,2 milhões de toneladas de mercadorias movimentadas. Os dois portos, ainda de acordo com o mesmo responsável, pretendem alcançar, até 2035, os 25 milhões te toneladas. O porto de Setúbal ambiciona duplicar a sua capacidade, atingindo 10 milhões de toneladas de carga e 700 mil veículos movimentados por ano.

Reforçar ligações à cidade e ao ambiente 

Mas o papel do porto de Setúbal, conforme enfatiza o seu presidente, vai além da economia. Através da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), a infraestrutura tem vindo a reforçar a sua ligação à comunidade e ao ambiente. Inserido num cenário natural de elevado valor ecológico, junto ao Parque Natural da Arrábida e ao Estuário do Sado, o porto tem adotado medidas de gestão ambiental exemplares. Neste momento 86 por cento dos resíduos portuários e de navios são valorizados, e quase metade da frota automóvel da APSS é elétrica ou híbrida.

O compromisso com a sustentabilidade é visível também nos investimentos em curso, enquadrados na Estratégia Nacional “Portos 5+”, que orienta a modernização dos portos comerciais do continente até 2035. “Entre os projetos em destaque estão o Rail2Green, que prevê a eletrificação do acesso ferroviário ao porto, e o Onshore Power Supply (OPS), que permitirá aos navios desligar os motores auxiliares e ligar- -se à rede elétrica enquanto atracados — reduzindo emissões e ruído”, diz Vitor Caldeirinha.

A dimensão social é outro dos pilares desta estratégia. A APSS tem vindo a apoiar projetos educativos e de formação profissional, como a Port Academy, e a colaborar com instituições locais em iniciativas de valorização cultural e ambiental. O objetivo é aproximar o porto da cidade e das populações, reforçando a perceção de que o desenvolvimento portuário deve beneficiar toda a comunidade.

“Mais do que uma infraestrutura, o porto de Setúbal é hoje um símbolo de identidade regional e uma peça fundamental do desenvolvimento económico e social do distrito. Um porto moderno, eficiente e humano, que continua a provar que é possível crescer com equilíbrio — com o mar, a serra e as pessoas em sintonia”, finaliza o presidente.