O presidente do Chega participou ontem numa arruada na Quinta do Conde, em Sesimbra, uma das mais participadas da campanha autárquica até agora, acompanhado pelo candidato à presidência daquele município, o deputado Nuno Gabriel.
O líder do Chega, André Ventura, avisou que os candidatos do partido às eleições autárquicas de domingo que, se forem eleitos, “vão ter de fazer diferente” e não podem defraudar as expectativas dos eleitores.
“Nós vamos ter que fazer diferente do que os outros fizeram em 50 anos, não pode ser só conversa. Nós vamos ter que limpar o sistema como prometemos às pessoas, vamos ter que limpar a corrupção tal como prometemos às pessoas, e vamos ter que limpar o país daqueles que se acham donos dele, sejam minorias ou não sejam minorias, este país não tem donos, este país é dos portugueses, é nosso e só aceitamos que seja nosso”, afirmou.
O presidente do Chega participou hoje numa arruada na Quinta do Conde, em Sesimbra, uma das mais participadas da campanha autárquica até agora, acompanhado pelo candidato à presidência daquele município do distrito de Setúbal, o deputado Nuno Gabriel.
No final, discursando num palco colocado pelo partido para o efeito, André Ventura avisou que a “às vezes a maior corrupção começa nas autarquias, começa nas obras públicas, começa nos empregos para os familiares e para os amigos, começa nos empregos para aqueles que conhecemos mesmo que não tenham mérito”.
“Defraudaremos completamente os portugueses se depois de elegermos, como lhes estamos a pedir, presidentes de câmara, presidentes de junta, fizermos igual ao que os outros fizeram durante 50 anos. E depois não vale a pena chorarmos, não, nós temos mesmo que fazer diferente, ninguém nos perdoará se não fizermos, e isso tem de começar nestas eleições do dia 12”, afirmou.
O líder do Chega disse também que vai “garantir pessoalmente” que os seus autarcas vão trabalhar, “porque é assim que o presidente de um partido deve fazer, deve exigir aos seus autarcas que trabalhem por Portugal, que não tenham medo de dar a cara”.
André Ventura voltou a apelar ao voto, pedindo aos eleitores que deem “uma oportunidade” ao Chega.
“Não vão perder nada em dar uma oportunidade a um partido que diz que quer mesmo limpar e mudar este sistema”, assinalou.
Ventura disse também que o partido lutará em todas as eleições “até este sistema cair” e conseguir reformar o país na “sua base essencial, que é Portugal para os portugueses, e os portugueses primeiro”.
No final da arruada, em que ia gritando “vitória, vitória”, André Ventura agradeceu o resultado do partido em Setúbal nas eleições legislativas de maio, em que foi o mais votado neste círculo.
“Mostraram que é possível vencer a esquerda, derrubá-la, mas não só derrubá-la, derrubá-la no seu próprio território e na sua própria sede. Vencemos o PS, destruímos o PCP, arrasámos e acabámos com o BE, menorizámos a esquerda toda neste país, porque somos enormes, somos um partido enorme, somos a voz de um Portugal a acordar verdadeiramente”, disse.
Nesta ação de campanha estiveram presentes mais de duas centenas de apoiantes, além de figuras do partido, como os deputados como Cristina Rodrigues, Patrícia Carvalho, Daniel Teixeira ou Marta Silva, que é cabeça de lista à câmara do Seixal, no mesmo distrito.
A abrir a arruada estavam duas tarjas, onde se lia: “A limpeza começa em Setúbal” e “Portugal sem medo”. Os apoiantes levavam bandeiras de Portugal e do partido, e também camisolas, chapéus e cachecóis com o símbolo do Chega.
Durante o percurso de algumas centenas de metros, que durou perto de 20 minutos, a deputada Marta Silva ia dando o mote para cânticos como: “Quem não salta é comunista”; “E salta Ventura, olé”; “Ventura chegou e o sistema abalou, CDU vai lá trabalhar que o Chega veio para ganhar” ou “Sesimbra é nosso e há de ser, Sesimbra é nosso até morrer”.
Os apoiantes chamaram por Ventura, mas não pelo candidato. Nuno Gabriel também estava presente e ouviu o líder da plateia, mas não falou.
A comitiva do Chega cruzou-se com a do ADN, que fazia campanha também com o líder, mas André Ventura e Bruno Fialho não se aproximaram.
LUSA