“As Alegres Comadres de Windsor” pelo elenco do TAS no Luísa Todi

Nada melhor do que comemorar os 47 anos do TAS com uma adaptação do texto de William Shakespeare, que critica os que pretendem subir na vida à conta do sexo feminino.

Com figurinos alusivos ao século XVII e um cenário gráfico, “austero e intemporal”, a peça “As Alegres Comadres de Windsor”, que o Teatro Animação de Setúbal (TAS) estreia dia 25 no Forum Luísa Todi pretende passar a mensagem de que a mulher “pode e deve ser dona do seu próprio destino”.

Miguel Assis está bastante otimista em relação à sua primeira encenação de uma obra de Shakespeare: “As expetativas são as melhores. Devido ao esforço de toda a equipa, faz-me crer que será um espetáculo bem-sucedido e que terá uma excelente aceitação junto do público”.

Como os elencos das peças de William Shakespeare são “muito extensos”, Miguel Assis refere que fez “todo o sentido” convidar “colegas, amigos e excelentes profissionais”, que, à partida, garantem a “qualidade necessária”. “Alguns são atores que já fizeram parte do elenco do TAS, outros há mais de 30 anos que cruzam as suas diferentes experiências com jovens promissores em início de carreira e com profissionais que muito admiro e com quem gostaria de trabalhar um dia”, sublinha.

Com “As Alegres Comadres de Windsor”, o TAS, segundo o encenador, assume “um repertório abrangente, confirmando a necessidade de manter uma estrutura sólida e, eminentemente, estável, diversa, versátil e coerente”.

A adaptação do texto começou a ser feita por Miguel Assis no último trimestre de 2021 e os ensaios arrancaram em janeiro passado. “É uma peça que Shakespeare escreveu a pedido da Rainha Elisabeth I, em 1962, e relata as peripécias de um fidalgo falido que tenta seduzir duas senhoras casadas com o intuito de obter vantagens financeiras. Há muita ironia e mordacidade, numa visão satírica e crítica sobre aqueles que procuram tirar partido da condição feminina para atingir outros objetivos e se promoverem económica e socialmente”, conta o ator que também entra na peça.

Os figurinos são assinados por Sara Rodrigues que leva para palco um guarda-roupa “o mais fiel possível à realidade da época”. Já o cenário, da responsabilidade de Luís Valido e concebidos no atelier de Joana Vasconcelos, é “mais gráfico, austero e intemporal, para contrastar com um guarda-roupa muito colorido”.

Dão vida à peça, Leonor Alcácer, João Brás, Cristina Cavalinhos, Fernando Casaca, Isabel Ganilho, Duarte Victor, Miguel Assis, André Cortina, Cláudio Pinela, Diogo Leiria, José António Duarte, Mário Lobo, Olavo Nóbrega, Ricardo Guerreiro Campos, Ricardo Magro e a estreante Inês Tavares.

Depois da estreia, a produção volta ao Forum no dia 26 e 27, estando Miguel Assis a tentar novas datas para que, assim, o trabalho chegue ao “maior número possível” de espetadores.