Municípios comprometidos com neutralidade carbónica na Arrábida até 2050

Concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra são três das 19 entidades que assinaram um memorando que visa a descarbonização. Setores agrícola, dos serviços e dos transportes são outros intervenientes.

A neutralidade carbónica pode ser uma realidade em todo o território da Arrábida a partir de 2050. Um conjunto de 19 entidades diferentes, incluindo os municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra, assinaram na passada sexta-feira um memorando em que se comprometem a executar e cumprir um pacote de normas constantes dos roteiros ambientais elaborados pela ENA – Agência de Energia e Ambiente da Arrábida, que lidera o processo.

Sem uma estimativa dos custos que implica, este projeto ambiental vai incluir, conforme disse ao Semmais o diretor técnico da ENA, Orlando Paraíba, intervenientes dos mais diversos setores que vivem e laboram na Arrábida. “Neste momento há 19 signatários, sendo que para além dos três municípios existem também empresas de setores diversos, desde as indústrias de extração de recursos naturais, aos transportes e à agricultura”, explicou.

No nosso site temos toda a informação sobre os roteiros que pretendemos implementar, com as normas previstas para cada um deles, mas também com os termos do memorando e, muito importante, com informação sobre a possibilidade de adesão de novos signatários, sejam eles pessoas coletivas ou individuais”, acrescentou ainda o responsável da ENA, reforçando a importância de novas entidades aderirem ao projeto.

Serão os signatários do memorando que, de acordo com Orlando Paraíba, irão ter a capacidade de atrair novos interessados em contribuir para a descabonização e, em simultâneo, chamar novos investidores. “Este é um território único que não inclui apenas a serra. É, por isso, importante olhar para todos os intervenientes e sensibilizá-los sobre a importância que podem ter no processo. A título de exemplo podemos referir que as atividades dos três municípios signatários representam apenas cinco por cento das emissões carbónicas do território, o que significa que há um conjunto mais alargado de entidades, de atores, que terão de alterar ou executar novos comportamentos”, salientou.

As estratégias de mitigação integram mais de 30 medidas por setor de atividade. A análise dos resultados (cumprimento ou não destas mesmas medidas) serão efetuadas a cada seis meses. Nessa ocasião, de acordo com diretor técnico da ENA, serão anunciados os avanços obtidos e comunicadas novas estratégias de descarbonização disponíveis no mercado.

O memorando agora assinado enquadra-se no âmbito do projeto europeu EUCityCalc, que é financiado pelo programa Horizonte 2020 da União Europeia. Visa apoiar cidades que pretendem implementar roteiros que visam a neutralidade carbónica. No conjunto de dez-cidades cidades-piloto participantes encontram-se Setúbal, Palmela e Sesimbra, responsáveis pela organização de grupos de trabalho em cada um dos seus territórios.