Inimigo do Meu Inimigo, Meu Amigo é

Esta é a nova máxima desta velha máxima, quer para o PS, quer para o Chega que, qual “Eixo do Mal” alargado às restantes forças de esquerda apenas têm em comum a ideia de tentar derrubar o PSD ou, pelo menos criar-lhe dificuldades.

Já se percebeu que o PS e o Chega querem formar governo, sem o assumir. Querem governar, através da Assembleia da República e vão fazê-lo sob o guardachuva de uma geringonça alargada â esquerda (PCP, Bloco de Esquerda, Livre e PAN) com as mãos dadas de uma forma vergonhosa ao Chega.

Ora, não fosse toda esta esquerda ter sempre vilipendiado o Chega e falado do partido e de André Ventura, como se estivesse a falar do Diabo e até se poderia dizer que era legítimo.

Não fosse Pedro Nuno Santos ter estado toda a campanha de dedo em riste apontado ao agora Primeiro Ministro, Luís Montenegro, sobre se se ia coligar com o Chega e até seria normal.

Não fosse toda a esquerda, na eleição do Presidente da Assembleia da república, ante a perspetiva (que nem se concretizou, como se sabe) de o Chega viabilizar o nome indicado pelo PSD, após o PSD ter viabilizado o nome do Chega para Vice-Presidente, assim, como viabilizou todos os outros nomes, limitando-se a cumprir uma tradição ancestral de se aceitar que o PAR era sempre do partido mais votado e os 4 vices eram dos quatro partidos mais votados, ou seja, a nem sequer fazer nada contra o convencionado e habitual e, mesmo assim, já ia cair o “Carmo e a Trindade” sobre um suposto acordo da direita. Vinha aí o “Diabo”.

O problema é que o Diabo, e está-se a ver, afinal está do outro lado. O PS, parecem aqueles maridos que está a trair a mulher, mas prefere fazer muito barulho e dizer que a mulher tem uma amante, mesmo que saiba que é mentira. Enquanto o foco estiver na denúncia, não está sobre si.

A verdade é que, quer no caso das SCUTS (escandaloso) e que falarei noutro artigo, quer na questão do IRS, vemos o Chega e a geringonça alargada de esquerda, de mãos dadas, aos beijinhos e abraços, pouco se importando quer com aquilo que defendiam há apenas uns meses, quer com a incompatibilidade das suas próprias propostas, o que devia inviabilizar um acordo e, pior ainda, sobrecarregando o Orçamento de Estado com despesa não prevista e que pode nem ter receita para suportar tal despesa.

Pior, o PS, viu aprovado “o seu” orçamento de Estado, uma vez que foi por si apresentado e agora defende despesa diferente, daquela que apresentou.

Mas do Partido Socialista nada podemos estranhar, sobretudo em matéria orçamental, pois estamos a falar do mesmo partido que denunciou a proposta do PSD relativo aos impostos, quando aquele partido apresentou publicamente em Março do ano passado, portanto, muito longe da ideia sequer de haver eleições (no início de um mandato em que o PS tinha maioria absoluta) e por isso foi fortemente condenado e até gozado esse programa.

Em Setembro e Outubro quando o PSD trouxe para o parlamento a sua proposta, o PS votou contra, mas quando o Sr Presidente marcou eleições, mas deu a prerrogativa ao PS de fazer o OE, eles, espertos, percebendo que iam perder, deram tudo o que até aí recusavam, sendo que ficaram com a paternidade da ideia dos outros (PSD).

Quando o PSD apresentou o seu programa de governo para a área orçamental, com uma descomunal lata, vieram reclamar a medida que sempre rejeitaram.

É assim o PS…