O distrito de Setúbal é, simultaneamente, palco de contrastes e de oportunidades no que diz respeito ao ambiente e à energia. À medida que enfrentamos os desafios das alterações climáticas, da pressão sobre os recursos naturais e da transição energética, torna-se evidente que o caminho para um território mais sustentável exige não só diagnóstico, mas também ação articulada entre instituições, empresas e cidadãos.
Neste suplemento dedicado ao Ambiente e Energia, partimos de uma visão crítica mas construtiva. A associação ambientalista Quercus chama a atenção para diversos problemas ambientais persistentes na região: desde zonas com má qualidade do ar, à pressão urbanística em áreas sensíveis ou à gestão inadequada de resíduos. Estes alertas não devem ser vistos como entraves, mas como bússolas que apontam para onde devemos melhorar.
Mas este é também um território que responde com inovação, investimento e boas práticas. Os portos de Setúbal e Sines, estratégicos para a economia nacional, têm vindo a apostar cada vez mais em soluções sustentáveis, investindo em tecnologias mais limpas, eficiência energética e descarbonização das suas operações. São passos importantes para garantir que o progresso económico caminha lado a lado com a proteção ambiental.
Ao mesmo tempo, destacamos o trabalho de entidades como a ENA – Agência de Energia e Ambiente da Arrábida, a Simarsul, a Amarsul, entre outras empresas e autarquias, que têm dado provas de que é possível transformar intenções em resultados concretos. Projetos de valorização de resíduos, eficiência hídrica, mobilidade sustentável ou produção de energia renovável mostram que o distrito tem uma rede ativa de agentes comprometidos com um modelo de desenvolvimento mais equilibrado.
Setúbal tem, pois, os recursos naturais, a capacidade técnica e a vontade institucional para se afirmar como um exemplo nacional de sustentabilidade territorial. Este suplemento é um convite à reflexão, mas também à ação — porque proteger o ambiente e promover a energia limpa não é apenas uma necessidade global: é uma oportunidade regional.


