Festas para todos os públicos engalanam concelho da Moita até setembro

Um município em expansão, que se dá a conhecer pelas tradições marítimas e religiosas, mas também através da gastronomia e da tauromaquia. O verão é passado em festa. Uma oportunidade a não perder.

Por estes dias de verão as festas assentam arraiais no concelho da Moita. O ar perfuma- -se com os odores das sardinhas assadas. As principais artérias de cada uma das freguesias enchem-se de convivas e de música. Os festejos taurinos levam os mais destemidos a desafiar a sorte nas largadas. Há celebrações religiosas e também atividades ligadas ao Tejo e à atividade piscatória. Não surpreende então que muitos milhares de forasteiros acorram à popular vila.

Ir aos festejos da Moita, que decorrem até ao dia 21 de setembro, é uma oportunidade única de mergulhar na rica gastronomia local, a qual tem o Tejo como principal ‘fornecedor’, ou não fosse o concelho um viveiro de pescadores e construtores navais. As massinhas de caldeirada e de sapateira, assim como a caldeirada à fragateiro ou o ensopado de enguias são pratos sobejamente conhecidos, sobretudo daqueles que aos fins-de-semana aproveitam para irem visitar um concelho que tem uma frente ribeirinha de cerca de 20 quilómetros e que dista, mais coisa menos coisa, 20 minutos de Lisboa.

Mas a Moita, pese a tradição, não vive apenas do peixe. Para os mais curiosos lembramos um prato de nome estranho que nos remete, também, para a tradição de produção hortícola. Trata-se da farrafuza, uma iguaria que remonta a épocas não identificadas e cuja receita, diz-se, tem sido passada oralmente de geração para geração, razão pela qual terá modos de preparo diversos, com pequenas variações. Basicamente, trata-se de um preparado onde se misturam numa frigideira azeite, cebolas, alhos, tomate, sal e pimenta. Esta mistura, depois de cozinhada, há de receber ovos escalfados sobre o tomate abundante e, posteriormente, tudo se irá fundir com batatas cozidas à parte. Uma refeição económica, de preparação simples e rápida e que convida os comensais para melhor conhecerem as tradições agrícolas do concelho.

Com o estômago composto (e são muitos os locais no concelho onde se pode comer em conta) não cai mal andar um pouco para ajudar a digestão. Há, como é habitual nas terras de pescadores, um vasto património religioso, de onde se destacam, na sede do concelho, a Capela de São Sebastião e a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem. A não perder é também o Moinho de Maré de Alhos Vedros, obra onde no século XV se moíam cereais e que hoje é um polo cultural e museológico de valor reconhecido. Ainda na mesma localidade, para quem não prescinde de se inteirar das passagens históricas, merece uma visita a Igreja de São Lourenço, onde numa das suas capelas góticas se encontra o túmulo do Cavaleiro Fernão do Casal.

Em terra de marítimos, uma escapadela até Sarilhos Pequenos é obrigatória para quem quer saber sobre construção naval. Ali funciona ainda o único estaleiro onde artesãos locais constroem e fazem a manutenção das várias embarcações que numa era não muito distante inundaram o rio.

Tradições taurinas atraem no centro do cartaz

Ir à Moita e não ver um espetáculo taurino é perder uma oportunidade de melhor conhecer a essência de grande parte da população. É por isso que, durante as diversas festividades, se organizam largadas que levam milhares de pessoas às ruas. É por isso que a Praça de Touros local, a Daniel do Nascimento, continua a ser um dos principais centros tauromáquicos ibéricos.

Um concelho em expansão e com crescente procura, a Moita apresenta-se, igualmente, como um espaço ideal para quem pretende descontrair, o que pode ser feito numa das várias esplanadas existentes no centro histórico da vila ou, em alternativa, no Parque Municipal, obra com cerca de 4.000 metros quadrados e que foi desenhada pelo arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles. Quem quiser pode também embarcar no varino “O Boa Viagem” e desfrutar das paisagens a partir do rio.

As quatro festividades em destaque são: Festa de Nossa Senhora dos Anjos, em Alhos Vedros, a decorrer até 3 de agosto; Festa de Nossa Senhora do Rosário, de 14 a 18 de agosto; Festa de Nossa Senhora da Graça, em Sarilhos Pequenos, de 22 a 26 de agosto; e a Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem, na Moita, de 12 a 21 de setembro.