Dores Meira defende que auditoria onde é visada tem “falhas graves”

A candidata revelou que vai agir judicialmente contra autores e responsáveis pela auditoria, onde foi visada por alegada a utilização indevida de cartões de crédito do município quando era presidente.

Maria das Dores Meira, candidata independente à câmara de Setúbal, defende que existem “falhas técnicas graves” na auditoria que a câmara de Setúbal decidiu enviar para a Polícia Judiciária e Inspeção-Geral de Finanças, onde a ex-presidente do município é visada por alegada utilização indevida de cartões de crédito do município quando era presidente.

“O documento, apresentado como um trabalho de conformidade administrativa, contém falhas técnicas graves, carece de provas e extrapola indevidamente para conclusões de natureza criminal procurando visar a candidata em pleno período eleitoral”, reitera o comunicado da candidatura “Setúbal de Volta”, revelando que, Dores Meira vai avançar “judicialmente contra os responsáveis pelo relatório encomendado pelo executivo CDU”.

“O próprio relatório admite limitações significativas: ausência e omissão de documentos, falta de acesso a agendas e itinerários, movimentos bancários sem prova, registos incompletos e falta de critérios claros de análise. Apesar disso, formula imputações pessoais à candidata, confundindo fragilidades administrativas identificadas no sistema organizacional com responsabilidades individuais. Esta atuação consiste no incumprimento dos deveres profissionais e deontológicos dos Revisores Oficiais de Contas”, argumenta a mesma fonte comunicado.

Entre as “falhas mais graves” apontadas, a candidatura estaca, por exemplo: “acusações sem base factual, confusão conceptual, linguagem especulativa, fragilidade das fontes, análise parcial e incompleta, extrapolação indevida, caderno de encargos ignorado e falta de transparência”.

O comunicado recorda que “não é arguida de nada, nem conhece a existência de algum processo em curso sobre a sua pessoa”, afirmando que “se existe, quer ser ouvida”. Dores Meira revela que “solicitou, à Câmara Municipal de Setúbal, por duas vezes, acesso aos documentos, mas tal pedido nunca lhe foi concedido”.

“A divulgação do relatório a apenas trinta dias das eleições autárquicas, pelo executivo adversário, transforma uma auditoria administrativa em instrumento político pago com dinheiros públicos”, acusa a candidatura.