Adiada leitura da sentença de jovens acusados de homicídio em Setúbal

A leitura da sentença no julgamento dos jovens Leandro Vultos e Ricardo Cochicho, acusados do homicídio de um rapaz de 15 anos, em Setúbal, foi hoje adiada para data a anunciar devido à greve dos funcionários judiciais.

Impossibilitado de realizar a leitura da sentença prevista para hoje, o juiz Pedro Godinho, que preside ao coletivo do tribunal, disse que tinha sido “surpreendido” pela greve e informou os advogados no processo de que iria haver uma alteração não substancial dos factos e a retirada da acusação de ameaça agravada ao arguido Leandro Vultos.

De acordo com o magistrado, o arguido Leandro Vultos já foi julgado em processo sumário pelo crime de ameaça agravada a uma psicóloga do Centro Jovem Tabor, uma instituição particular de solidariedade social (IPSS) da Diocese de Setúbal, que acolhe jovens com dificuldades de inserção na sociedade.

O crime de homicídio ocorreu em 15 de outubro de 2020, quando os dois arguidos e a vítima, Lucas Miranda, estavam institucionalizados no Centro Jovem Tabor, em Setúbal.

Leandro Vultos foi acusado pelo Ministério Público dos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e ameaça agravada, sendo que já foi julgado por este último crime.

O outro arguido envolvido na morte de Lucas Miranda, Ricardo Cochicho, estava acusado de ser cúmplice na prática do crime de homicídio qualificado e coautor de um crime de profanação de cadáver.

De acordo com a acusação do Ministério Público, Lucas Miranda terá sido assassinado na manhã do dia 15 de outubro de 2020, por asfixia mecânica, depois de o arguido Leandro Vultos, que estava acompanhado por Ricardo Cochicho, lhe ter aplicado um golpe de mata-leão.

O Ministério Público sustenta também que, depois de consumarem o crime de homicídio, os dois arguidos terão tentado criar um cenário que desse a ideia de um suicídio por enforcamento, mas acabaram por abandonar essa ideia e esconderam o cadáver de Lucas Miranda, atirando-o para o interior de um poço seco perto do Centro Jovem Tabor.

A mãe adotiva de Lucas Miranda e assistente no processo tinha deduzido acusação particular, em que acusava os dois arguidos dos crimes de “homicídio qualificado e profanação de cadáver”.