40ª edição do Festival de Teatro do Seixal decorre até domingo

“O Indizível – Parte 3”, “A Quinta dos Animais” e ““Maiakovski – O Regresso do Futuro”, marcam encerramento do certame.

Decorre até este domingo a 40ª edição do Festival de Teatro do Seixal, que marcou a programação cultural daquele concelho durante o mês de novembro e voltou a reunir um conjunto de espetáculos de qualidade pelas melhores companhias nacionais.

“No ano em que comemoramos as 40 edições do Festival de Teatro do Seixal e num contexto social, económico e cultural extremamente desafiante como é aquele que vivemos atualmente, procurámos privilegiar a apresentação de espetáculos com capacidade para promover o debate de ideias e a capacidade crítica dos públicos relativamente a temas relevantes da atualidade.”, sublinha ao Semmais, Liliana Cunha, vereadora da câmara do Seixal com o pelouro da Cultura

A encerrar a programação desta edição destacam-se três espetáculos. Esta sexta-feira, o Clube Recreativo da Cruz de Pau é palco, pelas 21h30, de “O Indizível – Parte 3”, por Telmo Branco, uma performance ativista, que cruza as disciplinas de teatro, dança e sonoplastia, para enfrentar, com sensibilidade, a violência sexual estrutural e a cultura do silêncio. No sábado, na Sociedade Filarmónica União Arrentelense, vai a cena, pelas 16h00, “A Quinta dos Animais”, de Inês Fonseca Santos, inspirada na obra clássica, publica nos anos 40, George Orwell, com direção de Tonan Quito. Esta peça, em vez de acontecer numa quinta, onde se dá a revolta dos animais, liderada pelos porcos, que tomam o poder, tal como descreve a obra de Orwell, tem como palco um pátio de um liceu, num espetáculo destinado às crianças, para questioná-las sobre o modo como vivemos. No domingo, encerra o festival, o espetáculo “Maiakovski – O Regresso do Futuro”, no Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal, pelas 17h00, uma cocriação entre o Teatro de Ferro e o Teatro de Marionetas do Porto, onde as companhias portuenses trabalham em conjunto para construir uma máquina-do-tempo em que se imagina uma tentativa de ressuscitar o poeta Vladimir Maiakovski.

Espetáculos em vários pontos do concelho e com Língua Gestual Portuguesa

Além da qualidade dos espetáculos e renome das companhias, uma das apostas da autarquia no festival é a descentralização do mesmo, decorrendo em diferentes salas como o Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal, a Escola Secundária de Amora, a Associação de Moradores dos Redondos, o Clube Recreativo da Cruz de Pau, a Sociedade Filarmónica União Arrentelense e o Auditório da Escola Secundária João de Barros.

Junta-se ainda a aposta pela inclusão, existindo dois espetáculos, nomeadamente “Europa”, de David Greig, que aconteceu no dia 9, e “Q de Quê?”, de Alfredo Martins e Luís Godinho”, no dia 12, que tiveram audiodescrição e tradução para língua gestual portuguesa. “A apresentação de espetáculos com a disponibilização destes recursos tem por objetivo possibilitar que uns maioríssimos números de pessoas possam fruir da experiência de vir ao teatro. É um caminho que estamos a fazer no sentido de eliminar barreiras na fruição e de aproximar os públicos da criação artística, encontrando formas de ultrapassar as dificuldades que possam existir”, sublinha Liliana Cunha.