Produção de arroz continua a decrescer

Um terço das barragens da bacia do Sado apresentavam esta semana uma taxa de armazenamento de água inferior a 50 por cento.

A situação mais crítica é a verificada na Albufeira do Monte da Rocha, onde apenas está preenchida 27,5 por cento da capacidade total. Também Campilhas e o Roxo têm valores considerados insuficientes. Os agricultores entendem que as próximas sementeiras e plantações, podem vir a ser seriamente afetadas, sobretudo as do arroz, cujo declínio se vem acentuando desde 2022.

À conversa com o Semmais, o presidente da Associação de Agricultores de Grândola, Luís Dias, manifestou a preocupação face ao declínio da produção de arroz, salientando que “muitos agricultores estão a encostar devido aos preços muito baixos” e que não deixam margem de lucro para quem planta. “Há diversos fatores que condicionam os preços, nomeadamente os acordos entre os países da União Europeia, as variações nos mercados internacionais e, naturalmente, as condições atmosféricas”, disse.

“É uma situação deveras preocupante. Zonas como o Vale do Sado, nomeadamente a Comporta, e também a área das lagoas junto a Melides, têm sofrido uma grande redução na produção de arroz. Na próxima campanha, caso não tenhamos um inverno chuvoso, os níveis de água nas barragens podem voltar a descer para valores suscetíveis de aumentarem ainda mais as dificuldades”, referiu.