O Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, em Évora, conhecido como Convento da Cartuxa, vai receber as últimas visitas, este mês e em maio, antes do regresso da clausura, com o acolhimento da nova comunidade religiosa.
Em comunicado, a Fundação Eugénio de Almeida (FEA), responsável pelo espaço, revelou hoje que estas visitas vão decorrer a partir do próximo dia 18 e até ao dia 14 de maio.
Os visitantes vão poder ‘descobrir’, gratuitamente, este “local de oração e contemplação”, em visitas livres todas as terças e sábados, das 10h00 às 13h00, ou em visitas guiadas mediante inscrição prévia.
“Neste momento de transição, a Fundação Eugénio de Almeida convida a participar nas últimas visitas guiadas ao mosteiro, numa oportunidade única de conhecer rituais, hábitos e exercícios espirituais praticados por quem o habitou”, pode ler-se.
O Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli (Escada do Céu), na periferia da cidade, foi, “durante 60 anos, um espaço inacessível, marcado pela clausura, silêncio e recolhimento da comunidade de cartuxos”, lembrou a FEA.
Os últimos quatro monges da Ordem de São Bruno saíram no final de 2019, tendo o arcebispo de Évora, Francisco Senra Coelho, revelado, na altura, que o Convento da Cartuxa passaria a ser ocupado por monjas do Instituto das Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará.
A Cartuxa de Évora foi alvo de obras, para criar condições para acolher as irmãs desta comunidade religiosa, e, a 7 de março do ano passado, as primeiras seis destas monjas realizaram a visita inaugural ao convento.
“Em breve”, a vida em clausura vai regressar ao mosteiro, mas antes a fundação quer dar a conhecer “este exemplar da arquitetura religiosa, ímpar em Portugal”.
Com construção iniciada em 1587, o Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli foi o primeiro eremitério da Ordem da Cartuxa a ser construído em Portugal.
Ao longo do tempo, teve diferentes utilizações, nomeadamente como Hospício de Donzelas Pobres de Évora, Escola Agrícola Regional e centro de lavoura da Casa Agrícola Eugénio de Almeida.
Acabou por recuperar a sua função religiosa em 1960, “graças à intervenção de Vasco Maria Eugénio de Almeida”, relatou a FEA.
Após a saída dos últimos monges cartuxos, o mosteiro foi ‘palco’ das primeiras visitas guiadas a 07 de agosto de 2020, a que se juntaram depois diversas visitas abertas, promovidas pela FEA.
No dia 25 de setembro de 2020, a Cartuxa de Évora ‘encheu-se’ também de música e acolheu o primeiro concerto, com a atuação ao piano do músico e compositor Carlos Maria Trindade.