Câmara do Barreiro investe mais de 500 mil euros num espaço para a ArteViva

O sonho antigo de casa nova para a ArteViva está perto de concretizar-se. As antigas instalações do Tribunal, depois de adquiridas pelo município, vão ser requalificadas para acolher, em melhores condições, o trabalho do grupo.

A câmara do Barreiro vai avançar com a remodelação das antigas instalações do Tribunal da cidade para que a ArteViva – Companhia de Teatro do Barreiro passe a trabalhar com melhores condições. Para que esse sonho seja realidade, o município já aprovou este ano, em sessão camarária e na Assembleia Municipal, a adjudicação de um empréstimo financeiro na banca.

De acordo com o presidente do município, Frederico Rosa, a aquisição do imóvel, que se encontra devoluto, ao Instituto dos Ferroviários, custará 500 mil euros, isto sem contar com as obras de adaptação. “O processo já se encontra no Tribunal de Contas para apreciação. Se tudo correr bem, daqui a um ano estaremos a arrancar com as obras de remodelação do antigo Tribunal”, sublinha, reconhecendo que a ArteViva é uma companhia de teatro “com muita qualidade” e que as condições de trabalho no Teatro Municipal, onde o grupo se encontra instalado, “não são as melhores”.

O edil classifica a sala do Teatro Municipal de “muito acolhedora” e que proporciona “grande proximidade com o público”, todavia, a zona envolvente não está nas melhores condições, pois “chove dentro do Centro Comercial e o senhorio já colocou baldes e papelão no chão por causa da água da chuva que pinga do teto das instalações”. Com o novo espaço, a ArteViva terá “maior visibilidade”, uma vez que ficará instalado na principal avenida da cidade, e “mais espaço” para trabalhar.

Depois da mudança da ArteViva para as novas instalações, Frederico Rosa revelou ao Semmais que o Teatro Municipal não irá encerrar. “É um espaço onde o grupo tem vindo a efetuar algumas intervenções e irá continuar em atividade para acolher o trabalho de outros grupos de teatro e de outros projetos culturais do Barreiro”.

Jorge Cardoso, diretor da ArteViva, reage com alegria à aposta do município e confirma que o Instituto dos Ferroviários já aprovou a venda do espaço. “Estamos muito felizes. Há muitos anos que desejávamos ter casa nova, com melhores condições, tanto para as produções teatrais, que envolvem mais de trinta pessoas, como para a escola de teatro, que funciona com 150 alunos”. E acrescenta: “É uma boa oportunidade para termos um espaço de grande visibilidade, mais apelativo, com melhores condições técnicas e mais lugares sentados”.

Com 43 anos ao serviço da cultura, a ArteViva é a companhia residente do Teatro Municipal, dotado de sala com 86 lugares. Produz entre três e quatro espetáculos por ano e desenvolve uma escola de teatro desde 1997, além de oficinas criativas, workshops de teatro e atividades nas bibliotecas para as crianças. “Desenvolvemos atividades permanentes ao longo do ano e o espaço é manifestamente exíguo e o palco apresenta algumas limitações técnicas”, conta Jorge Cardoso. Por ano, o grupo recebe cerca de 50 mil euros da Câmara para as produções teatrais e escola de teatro. Se houver projetos pontuais encomendados pela Câmara, para datas especiais, esse valor subirá.