Carta aberta de um candidato ao seu círculo eleitoral Ensaio sobre a cegueira – versão rasca 2023

Caro leitor,

Caro eleitor

Escolhi o título por dois motivos: Em homenagem ao autor do livro a que eu “rascamente” faço um apelo, via título, sendo que ainda estamos no chamado “Distrito Vermelho”, ainda que de “vermelho” já só tenha pequenos “laivos” e a academia do Benfica e porque penso que, com todo o respeito, parte do que oiço no eleitorado e nas sondagens, esse eleitorado está cego.

Antes de mais, dirijo-me aos eleitores do círculo eleitoral de Setúbal. Por acaso sabem os caros eleitores o que andam a fazer os vereadores que elegeram pelo Chega há cerca de dois anos e meio? Ora bem, aqueles que fizeram o chamado “voto de protesto” nesses autarcas, foram completamente traídos pelos seus vereadores que se aliaram ao poder. Coincidentemente foram três eleitos e os três estão com o poder. Se calhar, antes de votarem nos deputados, não temem que se repita esse comportamento?

Veja-se, um partido em que perde em poucos meses perdeu quarto vereadores desde as eleições, quando elegeu 19, e fica sem qualquer vereação no distrito de Setúbal, não pode ser um partido confiável, sobretudo para quem vota neles por convicção.

Por exemplo, na Moita, dos seis autarcas eleitos passaram a independentes, designadamente o vereador, Ivo Pedaço, dois deputados municipais e três membros das juntas de freguesia. Também o coordenador se desfiliou do partido. Assim, o Chega.

No Seixal, o vereador juntou-se ao partido comunista, viabilizando o executivo e em Sesimbra no caso de Sesimbra, o vereador aceitou um pelouro, o da Proteção Civil, viabilizando também um executivo comunista. Imaginam maior traição ao seu eleitorado? Um vereador de extrema-direita, a quem o eleitorado confiou o seu voto, a viabilizar um executivo comunista que nenhum outro partido aceitou viabilizar?

Por outro lado, pergunto-lhe, caro e(leitor), quer mesmo votar num partido em que 65% do seu programa é inaplicável por ter propostas inconstitucionais?

Ou prefere votar no PCP, um partido que defende a Rússia porque esse País “está a promover a paz” na Ucrânia? É preciso dizer mais alguma coisa?

Admito que queira dar o seu voto ao Bloco de Esquerda, mas se é mesmo assim, se calhar é melhor pensar duas vezes pois mais de metade dos financiamentos que beneficia, directa ou indirectamente vêm da União Europeia e quem nos defende é a NATO e se o BE for governo, perdemos o apoio deesas estruturas, porque eles defendem a saída da NATO e da União Europeia. E o caro leitor também defende isso? Pois, bem me parecia.

O PS então, é inenarrável. Um partido no governo há oito anos, que não fez quase nada e o que fez, mais valia não fazer. Um partido que destruiu o Sistema Nacional de saúde, que criou insatisfação em quase todos os sectores da sociedade, que foi gozado e glosado pelas inúmeras trapalhadas, obrigando a demissões em barda, sobretudo por casos e casinhos, de corrupção e/ou de incompetência pura. Votar neste PS, com muitos actores repetidos dos tempos de Sócrates e de António Costa é resignar-nos ao pior de nós mesmos. É batermos no fundo e perdermos a esperança num futuro melhor. É resignar-mos a continuar a ser dos piores da Europa, para onde eles nos guindaram e aceitarmos que não merecemos mais e melhor.

E mais, quem vem agora prometer o pagamento das Scut´s quando há dois meses queria penalizar os donos dos carros mais antigos com um agravamento do IUC, com o argumento que esse dinheiro era para pagar o desagravamento de algumas SCUT´s. Ora, agora que, por motivos eleitorais e pela pressão pública desistiram desse aumento, onde vai o PS buscar esse dinheiro?

Assim, dos grandes partidos o voto útil é na AD. É o voto confiável. Podem até não se identificar a 100% com os partidos, mas tem sido um movimento que tem feito por apresentar propostas exequíveis. Por uma mudança. Pela modernidade. Pela coesão social.

A história também recomenda o voto na AD. Tem sido o PSD o motor da modernidade. Da esperança num futuro melhor. Foi assim com Sá Carneiro, depois com Cavaco Silva.

Mas também fomos o partido da recuperação. Com Balsemão e com Pedro Passos Coelho, que pegaram no País, para corrigir os erros dos socialistas. Será assim com Montenegro que, nos dará a esperança de Cavaco, com o rigor de um Passos Coelho. Estou certo que Portugal ganhará com o seu voto na AD.