Motores aceleram no distrito

Terceira etapa do Campeonato do Mundo de Rally Raid traz à região nomes como Carlos Sainz, Sebastien Loeb e Nasser Al-Attiyah.

Grândola é desde terça-feira o epicentro do desporto motorizado, acolhendo a ronda europeia do Campeonato do Mundo de Rally Raid, naquela que é a terceira prova da competição mundial de todo-o-terreno.

Além de ser palco das verificações técnicas e de acolher todas as equipas que disputam a prova, seja em carros ou motas, o concelho foi quarta-feira a estrada do prólogo com cinco quilómetros, junto ao Parque de Feiras e Exposições. Outros momentos da competição, como o encerramento da etapa que ligará Badajoz, em Espanha, à vila, e a derradeira etapa no domingo vão atrair a Grândola muitas dezenas de amantes de simpatizantes deste desporto.

Num total de 1008 quilómetros cronometrados, a prova passa por doze concelhos, quatro dos quais do distrito de Setúbal, nomeadamente Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, num claro impacto para a região. “Estamos a falar de um impacto desportivo, mas sobretudo económico. Vão estar aqui pouco mais de mil pessoas, vão comer nos restaurantes e vão fazer compras. O balanço é desde já positivo. Por exemplo, as camas turísticas nas unidades aqui do Alentejo Litoral estão praticamente esgotadas, porque além dos fãs, todos estes pilotos e equipas estão instalados nos empreendimentos turísticos aqui da zona”, sublinha ao Semmais António Figueira Mendes, presidente da câmara de Grândola.

Nomes consagrados nas estradas do litoral

Esta competição traz à região e ao país as maiores estrelas da competição motorizada todo-o-terreno, como Carlos Sainz, que conquistou o último Dakar, Nasser Al-Attiyah, que tem no currículo cinco Dakars, e ainda Sebastian Loeb, vencedor de nove Campeonatos do Mundo de Rali consecutivos, entre 2004 e 2012. “Para mim, é sempre um prazer vir correr a Portugal. Quero desfrutar da corrida, que, como sempre, deverá ter muito público”, disse Sainz, terça-feira no evento de lançamento da prova.

Além dos elogios à organização, as expectativas apontavam para etapas duras e competitivas. “Não vai ser uma prova fácil e vou tentar estar na luta pela vitória. É uma corrida longa e com a chuva e a lama deve ser muito dura”, sublinhou, Al-Attiyah. “Guardo grandes memórias de Portugal, sempre foi especial correr aqui, devido à atmosfera criada pelos espetadores”, admitiu, por sua vez, Loeb.

Mas também há nomes portugueses como João Ferreira que sonha com o triunfo. “Vamos dar o nosso melhor. Não escondo que gostava de entrar na luta pela vitória, mas ainda não temos a mesma experiência de outros pilotos. É importante estarmos calmos, chegarmos ao final todos os dias e vermos onde nos situamos no final”, garantiu o piloto da Mini.

O sucesso e mediatismo que a prova, organizada pelo Automóvel Clube de Portugal, já alcançou fazem perspetivar bons ventos para o futuro. “Já há conversas para que esta prova continue a realizar-se aqui e que se mantenha no calendário do Mundial. Vamos analisar, mas parece-me que está toda a gente satisfeita”, sublinhou António Figueira Mendes.