A concessionária da travessia ferroviária na Ponte 25 de Abril disse hoje que a empresa tem uma carteira de investimentos “com algum significado” para o período de prorrogação do contrato de concessão.

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“Temos investimentos previstos com algum significado nestes quatro anos e nove meses, nas mais diversas áreas, para podermos continuar com a operação e renovar os equipamentos”, disse, segundo o Sapo 24, a presidente executiva da Fertagus, Cristina Dourado, referindo que ainda é “prematuro avançar com valores, porque o processo não está ainda a esse nível de discussão”.

Em causa está o acordo de reposição do equilíbrio financeiro do contrato de concessão da travessia ferroviária na Ponte 25 de Abril, assinado hoje entre o Estado português e a Fertagus, numa cerimónia que, decorrida à porta fechada em Lisboa, determina que o prazo de concessão, que terminava este mês, “é prorrogado por quatro anos e nove meses, passando o contrato a vigorar até 30 de setembro de 2024”.

Cristina Dourado, em declarações à Lusa, explicou que o acordo assinado é a definição de como é que vai ser a operação da Fertagus nos próximos quatro anos e nove meses, com “a integração do Programa de Apoio à Redução Tarifária dos Transportes Públicos (PART) no clausulado do contrato, que era uma situação que não estava prevista”.

Questionada, pela agência, sobre o valor que o Estado teria que desembolsar sem a prorrogação do contrato de concessão, a administradora da Fertagus frisou que “não há valor”, referindo que a empresa opera desde 2010 sem compensações por parte do Estado e continuará a operar até 30 de setembro de 2024 sem compensações por parte do Governo. “O reequilíbrio é efetuado em prazo, não em valor”, reforçou, acrescentando que “esse valor não foi calculado”.

Prorrogação visa reequilibrar a concessão sem gastos para o Estado

O prazo de prorrogação visa “reequilibrar a concessão sem haver dispêndio por parte do Estado”, assegurou Cristina Dourado, avançando que a duração foi definida tendo em consideração “os efeitos que dariam direito a reequilíbrio”.

“Foram introduzidos os aspetos que tinham a ver com o reequilíbrio, que era o aumento da taxa de utilização de infraestrutura extraordinário, que foi efetuado acima do que estava previsto no contrato de concessão, o processo do não aumento tarifário em 2016 e a introdução dos efeitos do PART, que são efeitos em termos de aumento da oferta, de aumento de custos e, fundamentalmente, de alteração das receitas”, apontou.

Sobre a abertura de um concurso internacional para a nova concessão ferroviária na Ponte 25 de Abril, Cristina Dourado avançou que a Fertagus, “certamente, pode ser e deve ser um candidato ao novo concurso”, considerando que a empresa tem feito “um bom trabalho até aqui”.

Relativamente à prorrogação da concessão, a presidente executiva manifestou-se “contente” por poder continuar por este período adicional a operação, comprometendo-se a empenhar “todos os esforços, como sempre, para servir o melhor possível os clientes e dar-lhes um transporte de qualidade, numa altura em que, efetivamente, a procura está a crescer de uma forma significativa”.

Como concessionária, a Fertagus tem que assegurar os investimentos, nomeadamente “em termos de aumento da capacidade e/ou simultaneamente a identificação de material circulante que pudesse vir a ser utilizado nesta linha”.