Os novos empreendimentos empresariais e turísticos previstos deverão estar em funcionamento dentro de dois anos.
A criação de bolsas de formação e emprego e o incentivo a projetos de microcrédito são duas das medidas que vão ser lançadas no concelho de Grândola, no litoral alentejano, para combater a falta de mão-de-obra.
“Queremos incentivar a criação de pequenas e microempresas para dar resposta aos desafios que vamos ter pela frente com os investimentos industriais e turísticos previstos para os próximos anos”, explicou à Lusa António Figueira Mendes, presidente da Câmara Municipal de Grândola.
As medidas, destinadas a contribuir para a “capacitação da população”, surgem na sequência da “grande carência a nível de carpinteiros, pedreiros, canalizadores, ferreiros e outras especialidades” para dar resposta “não apenas na construção dos empreendimentos turísticos, mas também, depois, na sua manutenção”, exemplificou.
Segundo o autarca, nos próximos dois anos, são necessárias “cerca de 2.000 pessoas para ocupar os postos de trabalho que vão ser criados” no concelho de Grândola.
Nesse sentido, o município juntou-se ao projeto turístico Costa Terra, à Caixa de Crédito Agrícola da Costa Azul e ao Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) para a criação de cursos profissionais, no sentido de dinamizar a educação no concelho e incentivar a futura integração no mercado de trabalho.
“Está a decorrer um curso técnico superior de turismo que é ministrado pelo IPS, com o apoio da Câmara de Grândola e da Costa Terra, mas vamos ainda criar bolsas de estudo e estágios”, avançou.
Por outro lado, a parceria com a Caixa de Crédito Agrícola da Costa Azul inclui “um financiamento para microcrédito para a criação de pequenas empresas que possam prestar serviços no âmbito das obras”.
Numa primeira fase, o financiamento de projetos de microcrédito “contará com um montante máximo de 15 mil euros, dependendo da dimensão de cada proposta”, indicou o autarca.
Além de captar pessoas para o concelho, as medidas que vão ser lançadas têm como objetivo “estimular a população a criar a sua pequena empresa para criar respostas para tudo aquilo que está instalado”.
“Isto vai revolucionar em termos de emprego o nosso concelho e dizer que algumas destas empresas já estão a comprar terrenos e edifícios para criarem habitação para fixarem trabalhadores”, rematou.
O projeto turístico da Costa Terra, num investimento de 600 milhões de euros do grupo norte-americano Discovery Land Company, na freguesia de Melides, Grândola, prevê a criação de 300 postos de trabalho diretos e cerca de um milhar indiretos.