O serviço dos Transportes Sul do Tejo (TST) está hoje parado devido à greve dos trabalhadores, que exigem um salário equiparado ao da Carris.
“Neste momento a empresa está paralisada e, desta vez, com as oficinas também a paralisar em todos os concelhos. Se circularem autocarros são só meia dúzia. Não tem havido carreiras para Lisboa e se acontecer uma é por acaso, porque o parque automóvel está praticamente cheio”, disse à Lusa João Saúde, da Fectrans – Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações.
A greve foi convocada pela União dos Sindicatos de Setúbal e estende-se até às 3h00 de sexta-feira, devido ao descontentamento dos trabalhadores por terem sido “criadas expetativas que não foram correspondidas”, explicou o representante.
“O que os trabalhadores pretendem é um salário digno e, neste caso, equiparado ao salário da Carris, o que vai ao encontro das declarações do senhor administrador à imprensa, em que considerou que os trabalhadores desta empresa são mal pagos e que por isso não os consegue fidelizar”, referiu.
Neste sentido, João Saúde frisou que “não faz sentido os trabalhadores operarem na mesma área metropolitana e terem um ordenado substancialmente inferior ao da Carris”, rodoviária gerida pela Câmara de Lisboa. A diferença ronda os “200 euros”.
“Não pedimos um aumento de 200 euros, mas a equiparação do vencimento, a valorização do salário, porque os trabalhadores não podem estar nesta empresa até morrerem, horas e horas consecutivas como criados, com fins de semana sem folgar e carga horária excessiva”, frisou.
A Lusa contactou os TST, mas não obteve declarações. Ainda assim, na página da internet, a empresa informou que “poderão ocorrer perturbações na realização dos serviços programados entre as 3h00 de hoje e as 3h00 de sexta-feira.
Recorde-se que, no ano passado, os trabalhadores dos TST realizaram várias greves e plenários contra os “ordenados mais baixos” do setor na Área Metropolitana de Lisboa, reivindicando um ordenado de 750 euros. Contudo, em junho, todas as ações de luta foram suspensas depois dos funcionários terem aceitado a proposta feita pela administração, de um salário de 700 euros.