Sines prevê investir 2,8 milhões num Observatório do Mar

O município de Sines prevê avançar, este ano, com a construção de um Observatório do Mar, num investimento de 2,8 milhões de euros, que propõe “uma viagem pelo imaginário oceânico local”.

 

“Vamos avançar em breve com a adjudicação da obra e julgamos que, depois da aprovação do Tribunal de Contas (TdC), a empreitada possa começar até ao início do verão”, revelou hoje à Lusa o presidente da autarquia, Nuno Mascarenhas.

A operação, apoiada por fundos comunitários, prevê a recuperação dos antigos “Armazéns da Ribeira”, na avenida Vasco da Gama que, situados na zona marítima de Sines, serão adaptados “a um moderno centro de exposições”. “É uma obra importante para Sines, porque permite mostrar aquilo que de melhor temos na nossa história, a figura de Vasco da Gama e os seus feitos, e o património riquíssimo ligado ao mar, à pesca e todos os achados arqueológicos que existem no nosso concelho”, explicou o autarca.

A empreitada, com um prazo de execução de um ano, contempla, numa primeira fase, a recuperação dos dois edifícios principais, que “no passado deram apoio à pesca artesanal”, num investimento que “ronda 1,5 milhões de euros”, seguindo-se, numa segunda fase, o interior dos imóveis. “Para a segunda fase da obra, para a qual estamos a tentar encontrar fundos comunitários, que praticamente estão garantidos, teremos o interior dos edifícios e todo o seu conteúdo expositivo”, adiantou.

Integrado na estratégia municipal de reafirmação da vocação turística da cidade, o Observatório do Mar vai permitir às escolas “um contacto com a realidade histórica” e “mostrar aos turistas aquilo que é o concelho de Sines, a sua história e o seu passado”, disse Nuno Mascarenhas.

O futuro centro de exposições, que “será um equipamento de referência” no concelho, propõe, segundo o edil, “uma viagem pelo imaginário oceânico local, desde as aventuras de Vasco da Gama e os Descobrimentos até à pesca tradicional do povo de Sines”.

O Observatório do Mar irá funcionar em articulação com a Reserva Arqueológica Subaquática, um projeto da Câmara de Sines que vai ser candidatado a financiamento comunitário, num investimento superior a 260 mil euros.

A operação para a criação da Reserva Arqueológica Subaquática “arranca com a localização de vestígios de navios naufragados, através de prospeção geofísica da área costeira de Sines, e posterior escavação e deslocação de elementos com vista à sua conservação e musealização”, referiu.

O projeto prevê a construção de “uma sala polivalente onde poderão ser expostas peças, apresentados filmes dos trabalhos e outros conteúdos de complemento ao mergulho”. “Estes dois equipamentos vão fazer parte da Rota do Património, um percurso visitável, que inclui ainda o Castelo, as igrejas Matriz e de Nossa Senhora das Salas, as Fábricas Romanas e a Casa-forte do Museu de Sines”, concluiu.