Castelo de Vide, onde ainda vivem alguns dos seus contemporâneos, é, para além de Lisboa, Santarém e Pombal, um dos locais de filmagem.
Começaram esta segunda-feira, 9 de março, as rodagens do filme “Salgueiro Maia – o Implicado”, pelo realizador Sérgio Graciano, com a promessa de retratarem “as histórias que ainda não foram contadas sobre o Capitão de Abril”.
O objetivo passa por perceber de onde vinham “a moderação, a valentia, a educação e a firmeza com que sempre se apresentou publicamente”, através de actos históricos, relatos pessoais e revelações íntimas de quem acompanhou uma das figuras mais proeminentes da Revolução dos Cravos.
Na vila que o viu nascer, Salgueiro Maia é recordado como “uma pessoa sisuda, vertical, circunspecta, muito militar e coerente ao longo da vida – quer no mundo militar quer fora dele”, disse ao Semmais Digital António Pita, presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide. “Segundo contam, um dos divertimentos que encontrava com os amigos era brincar, na rua, aos índios e aos cowboys”, já se prevendo uma vertente mais bélica, adianta o autarca.
Celebrado na vila é, também, o facto daquele ícone da democracia “não ter podido escolher o sítio onde nasceu mas ter escolhido o sítio onde quis ter a sua última morada”, Castelo de Vide, tendo inclusive doado todo o seu espólio ao município, que agora será exposto numa casa-museu.
Janeiro de 2021 é a data prevista para a conclusão da Casa da Cidadania Salgueiro Maia, que passará, de seguida, ao processo de musealização. Do acervo fazem parte diversos elementos icónicos do 25 de Abril, nomeadamente a farda, o megafone, a granada de mão e a pistola Walther, que foram utilizados por capitão no dia da revolução.
Quanto ao filme, deverá chegar às salas de cinema de todo o país a 1 de outubro e conta com Tomás Alves, Tiago Teotónio Pereira, Filipa Areosa e Gabriela Barros nos principais papéis e guião de João Lacerda de Matos, baseado na biografia e investigação de António de Sousa Duarte.
