A instalação, criada “em estreito diálogo” com os diferentes estratos históricos e elementos arquitetónicos da cidade, onde é apresentada a partir de sábado, marca a estreia da artista norte-americana Deanna Sirlin em Portugal.
A primeira apresentação em território luso por parte desta artista, nascida em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, acontece no Centro de Arte e Cultura (CAC) da Fundação Eugénio de Almeida (FEA), em Évora, onde vai ficar em exibição até 13 de setembro, revelou a instituição.
Segundo a fundação, a sessão de inauguração da exposição está agendada para as 18h30 de sábado, estando prevista a presença da ministra da Cultura, Graça Fonseca.
O diretor do CAC, José Alberto Ferreira, em declarações à Lusa, considerou “importante” que o centro seja “palco” da estreia em Portugal de uma mostra de Deanna Sirlin, ainda para mais com uma instalação criada especificamente a pensar em Évora.
A instalação ‘site-specific’, integrada na programação deste ano do CAC, “reflete uma leitura da história do lugar em diálogo intenso com os estratos históricos e os elementos arquitetónicos da cidade”, para devolver ao público “uma noção de história como palimpsesto”, assinalou a FEA, em comunicado.
Originalmente construído no século XVI para albergar a Corte e a Prisão da Inquisição, é no 1.º andar do edifício onde funciona, desde 2013, o CAC onde vão poder ser apreciadas as peças criadas por Deanna Sirlin, que ocupam “todas as grandes janelas que marcam o ritmo da fachada”, frisou a fundação.
Composta por trabalhos “impressos em policarbonato” colocados nas janelas, além de incluir “mais duas pinturas sobre madeira”, a instalação resulta de “um diálogo com a história do lugar”, explicou o diretor.
Neste diálogo com o passado, disse a FEA, a artista contemporânea “recorre à geometria abstrata e aos suportes translúcidos para refletir sobre noções de história, tempo e lugar mediante a estratificação da forma”.
As cidades, e “a de Évora em especial”, têm “os seus estratos ao longo da História” e “essa condição fascinou a artista” e resultou num “trabalho em que ela aplicou técnicas que já utilizava para ler e dialogar com esses diversos estratos” da localidade alentejana, disse José Alberto Ferreira.
“As camadas de que se compõe a História parecem assim contrariar a linearidade” da mesma, “valorizando pela sobreposição de camadas a complexidade dos seus estratos”, pode ler-se na nota da fundação.
Daí que a “matéria intrínseca” do discurso de Strata seja constituída pelos contrastes, cores e materiais, com “cada um dos painéis instalados nas janelas” a apresentar-se “como uma nova camada através da qual se interpela a cidade”.
Durante o dia, o trabalho pode ser apreciado pelo público a partir do interior do centro, mas também à noite, a partir do exterior e permanecendo as salas iluminadas, após o encerramento, as pessoas são convidadas a olhar para as janelas, para terem um outro “olhar” para Strata.
Nascida em Brooklyn, Nova Iorque, em 1958, e residente na cidade de Alpharetta, no estado de Geórgia, Deanna Sirlin é licenciada em Arte e mestre em Pintura, por universidades dos Estados Unidos. Recebeu “inúmeras honras” ao longo da carreira e já realizou exposições individuais em vários países, como Itália ou Inglaterra.