52 mil imigrantes vivem no distrito de Setúbal

Dos 590 mil imigrantes registados em Portugal em 2019, 51.983 residem no distrito de Setúbal, o que equivale a um aumento de 29,3% em relação a 2018. Os brasileiros são a comunidade mais significativa, representando 25,6% do total nacional.

Almada aparece em último lugar no ‘top ten’ dos concelhos portugueses onde residem mais imigrantes, com 13.303 cidadãos estrangeiros registados. De acordo com o Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo (RIFA) apresentado esta semana pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em 2019, Setúbal foi o terceiro distrito português mais atrativo para os imigrantes, depois de Porto e Braga.

Segundo o relatório, “em 2019 verificou-se pelo quarto ano consecutivo, um acréscimo da população estrangeira residente no país, com um aumento de 22,9% face a 2018, totalizando 590.348 cidadãos estrangeiros titulares de autorização de residência, valor mais elevado registado pelo SEF, desde o seu surgimento em 1976”.

Os imigrantes residem sobretudo no litoral, sendo que 68,6% está registada nos distritos de Lisboa, Setúbal e Faro totalizando 405.089 cidadãos residentes, enquanto que em 2018 eram 330.763.

Os brasileiros mantêm-se como a principal comunidade estrangeira, representando 25,6% do total, o valor mais elevado desde 2012. Só no ano passado chegaram a Portugal para se juntarem às famílias, trabalhar ou estudar 48.796 brasileiros. No final de 2019, viviam em território nacional 151.304 brasileiros, 37.436 cabo-verdianos, 34.358 britânicos, 31.065 romenos, 29.718 ucranianos e 27.839 chineses.

A presidente da Casa do Brasil explicou ao Semmais que “o relatório vai de encontro à perceção que tínhamos de que a comunidade brasileira estava a crescer”. Em relação à preferência dos imigrantes vindos do outro lado do Atlântico pelo distrito de Setúbal para fixarem residência, Cyntia de Paula refere “a tradicional atração dos brasileiros pelas zonas de praia da Costa da Caparica e de Sesimbra, mais próximas de um certo modo de estar na vida”, a par da inflação do mercado imobiliário no distrito de Lisboa, “que empurra as pessoas para as periferias”, e das oportunidades de trabalho criadas no distrito em anos mais recentes, “sobretudo nas áreas dos serviços e do turismo”.