CCDR Alentejo quer mais execução e ganhar “poder reivindicativo” para novos fundos

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, António Ceia da Silva, defende o aumento da taxa de execução do atual programa operacional regional para o território ganhar “poder reivindicativo” na corrida aos novos fundos.

“Estamos focados em subir os valores” da execução do programa regional Alentejo 2020, a qual “anda à volta de 34%, o que é muito pouco, quase no final de 2020”, afirmou o novo presidente CCDR do Alentejo, António Ceia da Silva, em declarações à Lusa.

Ceia da Silva definiu a taxa de execução do Alentejo 2020 como “principal preocupação” da sua equipa e traçou o objetivo de a “fazer crescer” para que “o território possa ser reivindicativo em relação aos próximos eixos” de fundos comunitários.

O responsável aludiu à finalização do atual programa Portugal 2020 e ao arranque do PT2030, previsto para 2021, e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), na sequência da pandemia de covid-19, com um financiamento de 13,9 mil milhões de euros.

Em relação ao PRR, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo sublinhou que o território tem de “lutar” para incluir neste plano “determinados investimentos que não cabem nos programas operacionais”.

“Esse é um esforço de intervenção política que temos vindo a fazer”, adiantou, revelando que já está agendada uma reunião do Conselho Regional para articular com os agentes no território a “Intervenção global da região”.

Ceia da Silva notou que quer que “a CCDR do Alentejo assuma o seu papel de coordenação política regional”, por entender que “essa é uma questão fulcral”, salientando que este tema está “também na agenda do primeiro-ministro e da ministra da Coesão Territorial”.

Questionado sobre a baixa execução do Alentejo 2020, explicou que se deve a “vários fatores” e apontou a pandemia de covid-19 como “um dos principais”, porque fez com que “muitas obras” previstas ficassem com os “concursos desertos”.

O presidente da CCDR do Alentejo disse que a gestão do atual programa operacional regional quer “chegar ao final do ano com a melhor taxa de execução possível”, mas escusou-se a apontar objetivos, porque os números “Dependem de muitos fatores e “muitas vezes são alheios” à comissão.

Nas eleições para o organismo, realizadas em 13 de outubro, o candidato vencedor, António Ceia da Silva, obteve 512 votos, contra os 418 do outro candidato, Roberto Grilo, segundo o edital divulgado pela Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL).

Ceia da Silva, que anteriormente liderava a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, considerou que a eleição de dirigentes das CCDR em vez da nomeação pelo Governo confere “mais responsabilidade e mais legitimidade” aos eleitos.

“Temos uma votação dos autarcas da região e isso dá-nos maior legitimidade e confere uma maior capacidade de a CCDR se assumir como o grande organismo de coordenação política regional e possa intervir junto do Governo com mais autoridade para resolver as questões que se coloca no território”, assumiu.

O novo líder do organismo salientou que a sua disponibilidade e a da sua equipa “é total para fazer chegar a voz do Alentejo junto do poder central” e tornar a região “reivindicativa no sentido construtivo para alcançar mais valias”.

António Ceia da Silva contou que, desde que tomou posse, no passado dia 29 de outubro, já se reuniu com a estrutura da CCDR do Alentejo para tomar conhecimento dos assuntos e visitou promotores de projetos com financiamento comunitário.

“Cada pessoa tem o seu estilo e não há estilos melhores ou piores. Tenho assumido um estilo muito intenso, no terreno, junto dos promotores, empresários, autarquias e da academia para ver obras, porque é muito importante dar visibilidade à própria CCDR e ao programa operacional”, assinalou.