“A Garota Não” ‘dá música’ aos bailarinos da academia esta segunda-feira no Luísa Todi

Com um trabalho inspirado em diferentes géneros musicais, a voz de “A Garota Não” convida os bailarinos da Academia de Dança Contemporânea de Setúbal a movimentarem-se ao seu ritmo. O palco é o Fórum Municipal Luísa Todi, esta segunda-feira às 21h00.

A fusão entre as duas expressões artísticas surgiu no âmbito do Festival de Música de Setúbal. O evento foi cancelado, mas a forte procura do público para assistir ao espetáculo (já havia muitos bilhetes vendidos) levou a autarquia a pedir à cantora para reagendar a atuação. “A Garota Não”… não hesitou em aceitar até porque, disse ao Semmais, “era um desejo que tinha desde o lançamento do disco fazer um videoclip com a participação da ADCS”. “Quando a autarquia nos contactou na tentativa de reagendarmos a data, já nem equacionava fazê-lo sem levar a ADCS. A nossa parceria inicial com o videoclip não chegou a acontecer, mas vai acontecer agora, e será uma viagem muito mais profunda e bonita”.

Assumidamente uma artista de inspirações miscigenadas – os seus trabalhos têm influências variadas que vão do rap português ao folk americano, passando pela música popular brasileira e pelo pop britânico -, esta colaboração com a academia marca o curriculum da cantora e compositora com uma ‘melodia’ muito especial. “Estou a trabalhar com a ADCS em sete ‘quadros’ num espetáculo que conta com 14 temas. Portanto, há uma participação muito intensa da academia. Foi uma forma ousada de abraçarmos este desafio, mas a única que fazia sentido. Os mergulhos, quando os damos, têm de ser um pouco de superfície, mas um tanto de fundo do mar. É dessa parte que eu gosto mais”, partilhou com o nosso jornal.

 

Do grupo de percussão ao espetáculo do primeiro projeto individual

Esta não é a primeira vez que “A Garota Não” (nome artístico da setubalense Cátia Oliveira) atua no Fórum Municipal Luísa Todi, pois, recorda, fez parte de uma “apresentação do grupo de percussão da APPACDM, do qual era monitora, na altura”. Contudo, no dia 23 a sonoridade é outra. “Este espetáculo será sempre uma experiência nova, porque é o meu projeto. Uma reunião de canções que falam muito sobre o que tem sido o meu caminho enquanto mulher, amiga, cidadã, Ser Humano! Tem bocados da minha vida, do coração que ri, que bate e que chora cá dentro. E quando penso que ainda no outro dia estas canções não saiam do meu quarto, no bairro 2 de Abril, onde tocava e cantava baixinho sempre na insegurança de alguém ouvir e as achar más… então sim, levá-las ao Fórum é um passo de gigante”, partilha.

Fã incondicional da cidade sadina, que diz “adorar até aos ossos”, Cátia Oliveira vai apresentar o álbum de estreia “Rua das Marimbas”, lançado em 2019. Canta que “a vida é um belo exercício de se cumprir, mesmo com perdas, desilusões, amargos de boca”. Nas suas palavras “é sobre isso que falam as minhas canções.  De encontrarmos aquele bocadinho de beleza no quadro mais violento ou doloroso, de transformarmos a dor e a raiva em alguma coisa que nos faça avançar sem comprometer a nossa capacidade de ser alguma forma de amor”. Uma reflexão sobre a existência a ser movimentada pelos corpos dos bailarinos da Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, no palco do Luísa Todi.

 

Caixa

Novo álbum em 2021

Ao Semmais, a cantora e compositora revelou que planeia lançar um novo trabalho de originais já no próximo ano. “Já estou com o Sérgio Mendes a pôr em prática muitas ideias que gostava de explorar do ponto de vista do conteúdo e da forma da canção. Não digo com isto que vou quebrar algum tipo de linha que possa ter sido criada com a “Rua das Marimbas”, o que quero dizer é que é fundamental sentir-me completamente livre para concretizar o caminho que sinto para cada canção”, avançou.