Águas e transportes de Portalegre com orçamento 2021 superior a 5,7 milhões

O orçamento dos Serviços Municipalizados de Águas e Transportes (SMAT) do município de Portalegre para 2021 ultrapassa os 5,7 milhões de euros, mas é inferior ao deste ano em mais de 101 mil euros.

O documento foi aprovado na segunda-feira, no decorrer de uma reunião ordinária da assembleia municipal, contando com 10 votos a favor da Candidatura Livre e Independente por Portalegre (CLIP), que lidera o executivo municipal, outros tantos votos a favor dos eleitos do PS e os votos contra de quatro eleitos do PSD e outros tantos da CDU.

No decorrer da reunião, o orçamento do município para 2021, com um valor superior a 25,3 milhões de euros, foi outro dos assuntos discutidos, uma vez que o mesmo foi reprovado em novembro em reunião de executivo municipal, com os votos contra de dois eleitos do PS, um voto contra de um eleito do PSD e outro voto contra de um eleito da CDU, apenas votando a favor do documento os três eleitos da CLIP.

O município do Alto Alentejo tem sido gerido por duodécimos, na sequência do chumbo em reunião de câmara em dezembro de 2019, tendo prevalecido o documento de 2018 (19,3 milhões de euros) com algumas correções, levando em conta as receitas de cada ano em vigor.

Para fazer face a esta situação, na reunião da assembleia municipal foi igualmente discutida uma alteração orçamental, mas a mesma contou com os votos contra da oposição: PS, PSD e CDU.

“A estratégia da oposição tem sido o chumbo dos orçamentos, agora assistimos a mais um momento desses [chumbo da revisão orçamental], não é nada de novo, é mais um bloqueio àquilo que nós tentamos fazer para o desenvolvimento do concelho”, lamentou aos jornalistas no final da reunião o porta-voz da bancada da CLIP, Ricardo Romão.

Para o eleito pela CLIP, caso a revisão orçamental tivesse sido aprovada, existiria a “possibilidade” de expandir a zona industrial da cidade, com a construção das infraestruturas que permitem a construção da escola da GNR e reabilitação da Rua do Comércio.

O líder da bancada do PS, João Pedro Meira, disse por sua por sua vez aos jornalistas que o partido não foi ouvido na discussão do orçamento, descartando ainda a ideia de que esteja em risco a construção da escola da GNR na zona industrial da cidade.

“Aquando do processo negocial do orçamento o PS não foi ouvido em momento algum. Aquilo que nos foi apresentado numa reunião foi um documento rasurado à mão, nada de um documento fechado, não tínhamos condições para negociar”, lamentou.

O líder da bancada do PSD, Joaquim Barbas, também considera que a falta de diálogo com a oposição é um dos principais problemas para que o orçamento da Câmara de Portalegre não seja aprovado.

“A senhora presidente da câmara e a CLIP têm aquele hábito de fazer como eles querem. Quando nós estamos em minoria não há hipóteses, tem de se dialogar, não há outra forma”, defendeu.

O representante da bancada da CDU na Assembleia Municipal de Portalegre, Hugo Capote, também lamenta a falta de diálogo entre a CLIP e a oposição, considerando ainda que “está a chegar ao fim” o ciclo de governação da CLIP.

“A presidente de câmara (Adelaide Teixeira) não tem qualquer política de diálogo, faz acordos conjunturais, circunstanciais, e consegue chegar ao fim de todos os mandatos com a oposição unida, porque não ouve a oposição, não acata as nossas opiniões, as nossas propostas. Acho que o ciclo Adelaide Teixeira está a chegar ao fim”, considerou.