Ministro diz ressurgimento da academia do Alfeite reforça ligação ao setor naval

Academia do Arsenal do Alfeite visa contribuirá para o cumprimento do objetivo da Componente do Mar, do PRR, nomeadamente através da criação de emprego associado à formação e aquisição de competências.

O ministro da Defesa afirmou hoje que o ressurgimento da academia naval do Arsenal do Alfeite, em Almada, “vai reforçar a ligação entre a indústria e o meio académico, contribuindo para a criação de uma verdadeira comunidade no setor”.

“Isto é absolutamente fundamental para o renascimento ou rejuvenescimento da indústria naval em Portugal”, disse João Gomes Cravinho, na cerimónia de lançamento do curso piloto da Academia Arsenal do Alfeite, com a duração de nove meses.

“Aquilo que hoje se assinala na realidade é uma nova forma de viver essa antiga escola de formação da academia, uma forma contemporânea de transmitir um património de conhecimento, adaptando esse conhecimento e a forma de transmissão aos novos desafios do nosso século, às novas necessidades nas políticas de defesa no plano interno e no plano internacional”, acrescentou.

Para o ministro da Defesa, o ressurgimento da academia naval do Alfeite “é fundamental para contrariar o relativo declínio da indústria naval em Portugal ao longo das últimas décadas”, devido a múltiplos fatores, “alguns internos”, outros relacionados com as “grandes transformações nos mercados navais internacionais”.

“Em resultado deste declínio, o setor naturalmente foi perdendo atratividade, foi perdendo inovação nos seus processos produtivos, e a formação dirigida às empresas do setor naval em Portugal acaba por ser hoje em dia uma formação reduzida, em pequena escala, também muitas vezes redutora”, justificou João Gomes Cravinho, lembrando que há poucas instituições do Ensino Superior e do ensino profissional a promoverem este tipo de formação.

“A Academia responde, a partir de agora, a este desafio, oferecendo programas de formação e, no futuro, programas de ensino, também em diferentes níveis de qualificações, níveis intermédios, níveis de âmbito superior, procurando fomentar o desenvolvimento destes programas pelas próprias instituições de ensino superior, articulando os seus conteúdos formativos com as necessidades das empresas, qualificando aqueles que já trabalham nas empresas e captando novos profissionais para a área naval”, salientou o ministro.

De acordo com uma nota de imprensa do Ministério da Defesa, “a Academia do Arsenal do Alfeite é um projeto que contribuirá para o cumprimento do objetivo da Componente do Mar, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), nomeadamente através da criação de emprego associado à formação e aquisição de competências, atração de novas empresas e criação de novos polos de desenvolvimento tecnológico”.

“Este novo polo de excelência tem raízes na escola de formação que funcionou durante décadas no Alfeite, passando agora a servir todo o `cluster´ naval com o desenvolvimento de programas de formação e ensino na área da engenharia, tendo em vista o reforço de conhecimentos e competências técnico-científicas”, acrescenta o documento.