Adesão à greve dos trabalhadores da Amarsul de 100% em Setúbal e 70% em Palmela e Seixal

A greve dos trabalhadores da empresa Amarsul – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, que hoje se iniciou, teve uma adesão de 100% no ecoparque de Setúbal e de 70% nos ecoparques do Seixal e Palmela, segundo fonte sindical.

Hoje é o primeiro de cinco dias de greve dos trabalhadores da Amarsul, que presta serviços em municípios da Península de Setúbal, pelo aumento geral dos salários, bem como dos subsídios de refeição e de transporte em vigor na empresa.

Ana Lúcia, delegada sindical do Site-Sul – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul, explicou em declarações à agência Lusa que, no Seixal, das oito equipas de recolha apenas uma saiu no turno da manhã das 06h00 e uma outra às 16h00, para o turno da tarde.

Por outro lado, adiantou, a empresa está a convocar os trabalhadores temporários na tentativa de receção dos resíduos recolhidos pelas autarquias, que não estão a ser recebidos devido à greve.

Em Setúbal, referiu, a adesão é de 100%, estando o ecoparque encerrado.

A greve foi decretada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionarias e Afins e pelo Site-Sul – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul.

Segundo os dois sindicatos, os trabalhadores lutam ainda pela reversão imediata dos cortes efetuados no subsídio de turno, pela passagem ao quadro de todos os trabalhadores com vínculo precário a ocupar postos que correspondem a necessidades permanentes da empresa, pela redução do período normal de trabalho, pelo regresso ao direito ao dia de Carnaval como feriado obrigatório e pelo direito a um período mínimo de férias de 25 dias úteis.

A Amarsul – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos S.A., constituída em 1997, tem a concessão de exploração e gestão do Sistema Multimunicipal de Tratamento e de Recolha Seletiva de resíduos urbanos da Margem Sul do Tejo, até 2034.

A empresa é responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos urbanos dos nove municípios da Península de Setúbal (Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal).

Em julho de 2015, a Amarsul passou a integrar o grupo Mota Engil por via da aquisição da Empresa Geral de Fomento (EGF), detentora de 51% do capital social da Amarsul.

Face à greve, as câmaras do Seixal, Moita e Barreiro emitiram comunicados à população.

A Câmara Municipal do Seixal mostrou-se contra o “deficiente funcionamento” da Amarsul, cujos trabalhadores estão em greve, e a gestão da recolha de resíduos, degradada pela falta de investimento, apelando à população para que não deposite lixo durante a paralisação.

“O município do Seixal tem manifestado a sua oposição relativamente ao deficiente funcionamento da Amarsul e à gestão do sistema de recolha de resíduos, uma vez que a empresa deixou de realizar os investimentos necessários, degradando a prestação do serviço às populações”, apontou, em comunicado.

No Barreiro, a autarquia emitiu hoje um comunicado à população indicando que, no seguimento da greve, as viaturas de recolha de resíduos indiferenciados do município estão a ter dificuldades de acesso ao interior do aterro para proceder ao respetivo despejo.

Por este motivo, a Câmara Municipal do Barreiro apela aos munícipes que procure colocar o seu lixo em caixotes cuja capacidade ainda o permita ou que evite colocar lixo nos contentores já cheios, para evitar acumulação de resíduos na via pública, prevenindo, assim, problemas de saúde pública.

O município da Moita alertou também para o facto de a recolha de resíduos urbanos estar fortemente condicionada, devido aos constrangimentos na entrada em aterro para descarregar as viaturas de recolha, apelando igualmente à população que evite colocar os resíduos urbanos nos contentores que estiverem mais cheios, assim como monos e resíduos verdes junto aos mesmos.