Espólio está exposto na Galeria Municipal do 11, em Setúbal, onde, com recurso diversos materiais, se descobrem os acontecimentos que envolveram a construção do monumento.
A exposição “O Monumento a Bocage – 150 Anos olhando o Sado” apresenta material histórico-documental sobre a estátua recolhido pela câmara de Setúbal, como textos, fotografias, desenhos, gravuras, manuscritos e jornais da época. As peças encontram-se divididas por seis áreas temáticas na sala expositiva da galeria.
Segundo o município de Setúbal, um dos espaços, “Bocage, o Poeta Perpetuado no Monumento”, exibe diversos textos, como um artigo escrito em 1905 por Teófilo Braga para a revista “O Ocidente”, acompanhados de gravuras datadas de 1805 e 1806.
“A ideia da construção do monumento e o respetivo financiamento são apresentados em quatro painéis, desde a implementação da ideia, a 15 de setembro de 1865, no Rio de Janeiro, durante as comemorações do centenário do nascimento do poeta, até à subscrição realizada no Brasil e em Setúbal” adianta a autarquia em comunicado.
O documento passado pela câmara municipal, a pedido do poeta Manuel Maria Portela, que atesta as suas qualidades como funcionário e cidadão interveniente na sociedade setubalense a vários níveis, fazendo-se referência, entre outras, à iniciativa da colocação da lápide na Casa Bocage, atribuída ao nascimento do homenageado, está igualmente exposto.
Noutra das paredes da exposição, encontram-se elementos relacionados com o projeto escultórico da estátua, da autoria de Pedro Carlos dos Reis, e o esculpir da pedra, cuja responsabilidade coube ao canteiro Germano José de Sales, de Lisboa, autor de obras emblemáticas, como a estátua de D. Pedro IV no Rossio. “É nesta parte que se apresentam três grafites sobre papel com o estudo para a cabeça de Bocage, além da assinatura de Pedro Carlos dos Reis no reverso de um dos esboços de rostos e a reprodução moderna de uma fotografia antiga do escultor”, revela a mesma fonte em nota.
Uma descrição da cerimónia de inauguração do monumento, a 21 de dezembro de 1871, é exibida no quarto núcleo. Já o quinto e o sexto núcleos relatam aspetos relacionados com o 1.º centenário da morte de Elmano Sadino e a transformação urbanística ocorrida na Praça de Bocage entre 1871 e a atualidade.
A exposição, inaugurada a 11 de dezembro numa cerimónia com a presença de elementos do executivo municipal, conduzida pela vice-presidente, Carla Guerreiro, fica patente até 22 de fevereiro.