A empresa prevê duplicar o número de funcionários em dois anos, passando a produzir 3.000 embarcações em lugar das atuais 1.800. Aposta na exportação é para manter.
A Laserperformance Lda é uma das principais construtoras navais, sobretudo de embarcações desportivas da classe laser, em todo o mundo. Sediada há pouco mais de dois anos em Setúbal, a fabricante está a atingir um volume de negócios de tal modo importante que já se vê na necessidade de expandir as instalações. Nos próximos dois anos serão investidos mais oito milhões de euros e o número de trabalhadores duplicará.
“As novas instalações, que incluem 6.000 metros quadrados para zona industrial e mais 2.000 metros quadrados para áreas de suporte, laboratórios, área logística, etc, serão na Estrada de Vale de Mulatas, no limite do concelho de Setúbal. Irão permitir, por exemplo, que a produção de embarcações passe de 1.800 para 3.000 por ano. Os atuais 65 trabalhadores, que já estão a laborar divididos por dois turnos, passarão a ser entre 100 e 120”, explicou ao Semmais o general manager da empresa, Valdemar Moura.
De acordo com este responsável, um dos objetivos imediatos passa, também, por criar melhores condições de produção, pelo que a empresa “irá apostar forte na automatização de modo a melhorar ainda mais a qualidade”.
Segundo Valdemar Moura a empresa tem ainda como prioridade chegar a novos mercados. “Neste momento quase 99 por cento da produção destina-se à exportação. Desse número, cerca de 40 por cento vai diretamente para os Estados Unidos da América, enquanto o restante é canalizado para o mercado europeu. No futuro, desejamos estabelecer-nos no mercado sul-americano, nomeadamente no Brasil, e também em África”, disse.
Continuar a desenvolver embarcações olímpicas e não só
No início da semana, seguindo a estratégia delineada, a Laserperformance apresentou o “PortSar”, uma nova embarcação à vela de construção totalmente nacional que visa torná-la numa subclasse olímpica dentro da classe laser (que representa 30 por cento da produção), a mais comum entre todos os praticantes de vela. No entanto, para além da competição, a empresa já pensa em conquistar o mercado das embarcações de recreio.
“O novo modelo da classe laser, que fez agora 50 anos, é o futuro em termos competitivos, distinguindo-se pela construção em fibra de carbono e com utilização de cortiça portuguesa nas asas laterais. Mas entendemos que a componente de recreio é muito importante. Sendo aquela que não entra no projeto olímpico, é igualmente muito relevante e, por isso, é nela que também queremos apostar”.
Valdemar Moura salientou, depois, a importância da inovação, referindo que, desde 2021 e até 2023, a empresa está a investir cerca de dois milhões de euros nas áreas de investigação e desenvolvimento.
Quanto à escolha por Setúbal, a mesma é justificada pelas “excelentes condições que o rio Sado oferece” e, também, pela proximidade a Lisboa “num ambiente mais calmo e muito bem dotado de acessos ferroviários e rodoviários”. “A juntar a todas estas conjunturas temos ainda de salientar as excelentes condições postas ao dispor pela câmara de Setúbal”, acrescentou.