Socialistas de Setúbal só falam sobre a localização depois de ser conhecido o resultado da avaliação ambiental estratégica. Mudança da Moita, da CDU para o PS, é importante, mas não decisiva. Obra pode ajudar a viabilizar NUTS da península.
O Partido Socialista (PS) de Setúbal só vai tomar uma posição acerca da construção do aeroporto alternativo a Lisboa depois de ser conhecido o resultado da avaliação ambiental estratégica que está em curso. Até lá os socialistas da península não se pronunciam acerca da possibilidade de a obra poder avançar para o Montijo, localização várias vezes aventada, mas entendem que este é o momento de os nove municípios da região se unirem em torno de um objetivo.
“As câmaras municipais não podem funcionar como agentes de bloqueio, como tem acontecido, por exemplo, com a câmara do Seixal”, disse ao Semmais o presidente da distrital do PS, António Mendes. O dirigente socialista, recordado da oposição à obra efetuada pelas autarquias do Seixal e da Moita, as duas comunistas antes dos últimos atos eleitorais, disse ainda que “o recado foi dado recentemente, com a CDU a ser penalizada tanto nas autárquicas como nas legislativas”.
Instado a pronunciar-se sobre a possibilidade de a pretensão socialista de construir o aeroporto na Base Aérea número 6, no Montijo, ser agora mais viável, uma vez que um dos municípios opositores (a Moita, que tinha presidência da CDU) tem agora um presidente do PS, António Mendes referiu que a mudança, podendo contribuir para ajudar a encontrar soluções para o problema, não será determinante. “Importante é que todas as nove autarquias integradas na Associação de Municípios da Região de Setúbal se reúnam e tenham uma posição construtiva. Ninguém deve esquecer que o aeroporto é fundamental para a região e a aprovação da NUTS pode estar dependente de a região ter ou não uma infraestrutura tão importante”.
Presidente da distrital lembra congestionamento em Lisboa
“A importância da obra deverá vir à tona em breve, quando começar a ser decretado o fim das atuais restrições à circulação de passageiros por causa da pandemia. Nessa altura é possível que voltem a ser lembradas as dificuldades que se sentem em Lisboa, com o aeroporto congestionado em termos de pessoas e voos e, mais uma vez, será lembrada a necessidade de construir urgentemente uma alternativa”, referiu António Mendes.
A construção do aeroporto no Montijo tem merecido a contestação dos municípios comunistas, mas também de organizações ambientalistas, que consideram que a zona, por eventualmente estar sujeita à previsível subida das águas do Tejo, não é a que oferece mais garantias de segurança. A possibilidade de a obra se efetuar nos terrenos do atual Campo de Tiro de Alcochete tem sido a mais defendida pelas associações.