Município de Setúbal disponível para acolher refugiados da guerra

A câmara de Setúbal disponibilizou-se hoje para acolher refugiados da guerra na Ucrânia, em carta enviada ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, revelou a autarquia.

“A Câmara Municipal de Setúbal informou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros que tem disponibilidade e capacidade logística para acolher em instalações municipais, logo que tal seja necessário, refugiados da guerra em curso na Ucrânia”, revela a autarquia sadina na página oficial do município no Facebook.

“O presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, comunicou ao responsável da pasta dos Negócios Estrangeiros que a autarquia a que preside está profundamente preocupada com os efeitos provocados pela intervenção militar da Rússia na Ucrânia, de que são vítimas muitas centenas de milhares de cidadãos deste país e da região que, para fugir do conflito armado em curso e proteger as suas famílias, são obrigados a abandonar as suas casas”, acrescenta.

A Câmara de Setúbal, de maioria comunista, refere ainda que a preocupação do município “tem de se traduzir em ações concretas” e que, por essa razão, decidiu “disponibilizar instalações municipais para acolher eventuais refugiados desta guerra que cheguem ao país em busca de auxílio”.

Contactada pela agência Lusa, fonte do Gabinete da Presidência da câmara de Setúbal adiantou que o município também já iniciou contactos com uma associação de países de Leste – EDINSTVO, Associação de Imigrantes dos Países de Leste.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram cerca de 200 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.