Após dois anos de interregno, a histórica romaria a cavalo acontecerá de 20 a 24 de abril. É retomada e esperada “com expectativa”.
“Estamos em condições de retomar o evento que nos enche de orgulho”. Foram estas as palavras utilizadas pelo presidente da câmara da Moita, Carlos Albino, no arranque da apresentação da XX edição da Romaria a Cavalo Moita – Viana do Alentejo, que decorreu no Salão Nobre do Antigo Picadeiro Real, em Lisboa.
O evento, que sofreu uma interrupção de dois anos devido à pandemia, recebe habitualmente centenas de romeiros de todo o país. Juntos e “trajados a rigor”, explica nota da organização, no dia 20 de abril, depois do corneteiro assinalar a partida, desfilam, com “os cavalos devidamente ornamentados”, em direção à Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem.
Dadas as boas-vindas pela comissão organizadora, composta pelas autarquias da Moita e de Viana do Alentejo, pela Associação dos Romeiros da Tradição Moitense e pela Associação Equestre de Viana do Alentejo, partem, com destino ao Santuário da Nossa Senhora D’Aires.
No final, depois de percorridos cerca de 150km, no dia 23 de abril, está prevista a chegada à vila de Viana do Alentejo, onde, expressa o presidente da câmara da Moita, se irá encontrar “o município alentejano vestido de feste e animação musical”.
Na apresentação, o presidente Carlos Albino afirmou que este evento, onde “se alia a fé a um ambiente de camaradagem”, é uma tradição que define a Moita enquanto município e que, nesta altura “atrai muitos visitantes” a conhecer a vila.
Nas palavras do presidente da câmara de Viana do Alentejo, Luís Miguel Duarte, que participou da I à V edição desta romaria, este é o retomar com um “sentimento especial” e sublinha a importância que tem para o seu município, que “para além do convívio dos participantes” é uma iniciativa que “pelas suas características e dimensão, tem um peso forte na economia local”, uma vez que se esperam “milhares de pessoas que irão visitar o nosso rico património cultural e religioso”, nesse penúltimo fim-de-semana de abril.
Miguel Almeida, membro da Associação dos Romeiros da Tradição Moitense, afirma existir uma grande “preparação e ansiedade, de Norte a Sul do país”, explicando que os caminhos da romaria têm sido devidamente preparados. Existe a expectativa de “crescer, como sempre, porque é o que acontece todos os anos” e estão de “braços abertos para trabalhar” e para “receber os romeiros na Moita e levá-los até Viana do Alentejo”.
Rui Moisés, membro da Associação Equestre de Viana do Alentejo, referiu estar presente com “muito orgulho” para retomar “uma das maiores atividades enquanto associação e um dos pontos mais altos do concelho”. Explica ainda que a romaria decorre durante quatro dias e acontece com “duas etapas: uma de manhã e outra da parte da tarde”. Rui Moisés expressa querer realizar o certame com a “máxima segurança”.
Também o padre de Viana do Alentejo esteve presente, Abraão Ndeufekelwa Mwaikafana, enaltecendo o evento como um sublinhar da “cultura, da história e das tradições, num momento transversal e geracional”.
A Secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira, igualmente presente na apresentação do evento, afirma que a “antiga tradição” que une os dois concelhos “foi cumprida num diálogo estreito entre a salvaguarda e a valorização do legado comum e recuperou-se o que foi, com uma nova roupagem”, culminando com o agradecimento à comissão organizadora pelo cumprimento e continuação da iniciativa.
Para além da vertente religiosa e espiritual, a iniciativa conta com um programa lúdico, onde se espera animação musical, agitação e convívio.
A Romaria a Cavalo Moita – Viana do Alentejo data do século passado, tendo sido retomada em 2001. A história remonta aos tempos em que os lavradores da Moita se deslocavam ao Santuário da N.ª Sr.ª D’Aires para pedir proteção e boas colheitas.
