Rúben Guerreiro quer ganhar, pelo menos, uma etapa no Tour de França

Ciclista português é exímio na alta montanha. As mais recentes marcas colocam-no entre os mais promissores e lutadores do pelotão que a partir de 1 de julho vão disputar a Volta a França.

A época de Rúben Guerreiro, ciclista de 27 anos natural de Pegões, concelho do Montijo, está a surpreender pela positiva. Depois de um muito elogiado nono lugar no Critérium du Daupihiné, uma das mais conceituadas clássicas do ciclismo, o corredor acabou por se tornar no primeiro português a triunfar no Mont Ventoux. Agora, enquanto vai treinando em alta altitude, não lhe sai da cabeça a ideia de obter, pelo menos, um triunfo numa etapa da Volta a França, que se inicia a 1 de julho em Copenhaga, na Dinamarca.

Vocacionado para trepar e descer a grande velocidade as mais altas montanhas, o ciclista português que alinha pela EF Education Easy Post acredita que pode triunfar numa das etapas do Tour. Após a vitória no Mont Ventoux (percorreu os 154 quilómetros do percurso em menos 53 segundos que o segundo classificado, Esteban Chavez, colega de equipa de nacionalidade colombiana) não se escusou a comentar o momento por que passa, salientando que se sente com “boas pernas”. A boa condição física aliada a um momento psicológico muito forte, alimentam-lhe o sonho de juntar o nome ao lote restrito de ciclistas portugueses que já venceram etapas na Grand Boucle, como também é conhecida a mais prestigiada de todas as competições velocipédicas mundiais.

 

Foco na grande ambição de vencer uma etapa

Após ter cortado a meta na primeira posição na quarta edição do Mont Ventoux, montanha dos Alpes que se levanta a 1911 metros de altitude, Rúben Guerreiro, conhecido por “cowboy” por imitar revólveres com as mãos sempre que obtém um triunfo, confessou que a ideia inicial seria terminar entre os dez primeiros, tal como fizera uma semana antes no Dauphiné. “Agora vou fazer duas semanas em altitude e focar-me no Tour. Sou sempre muito ambicioso. Quanto aos objetivos a classificação geral é muito difícil, pelo que a ideia passa por ganhar uma etapa. Vou correr dia-a-dia e ver como as pernas responder. Tudo pode acontecer”, sintetizou ao Semmais.

Trepador por excelência e um dos ciclistas mais destemidos a descer as montanhas, Rúben Guerreiro tinha, até à vitória no Mont Ventoux, conseguido obter um triunfo numa etapa da Volta a Itália, o Giro, em 2020. No final da prova haveria de ser coroado como “rei da montanha”. No ano passado, a correr o Tour, obteve o 18º posto da geral. Em Portugal obteve o título de campeão nacional de fundo em 2017.