Há dois anos que a Infraestruturas de Portugal se comprometeu a iniciar os trabalhos estimados em cerca de seis milhões de euros, mas até hoje nada se fez e os acidentes sucedem-se.
O início do verão pode trazer sérias contrariedades para o concelho de Alcácer do Sal, onde um troço de 14 quilómetros de estrada, entre aquela cidade e a freguesia de Palma, causa diariamente problemas de trânsito, incluindo acidentes mortais. A Comissão de Utentes do Litoral Alentejano diz que, caso não exista uma resposta rápida da Infraestruturas de Portugal (IP), serão adotadas formas de protesto que podem mesmo implicar a quase paragem total daquele trecho do IC1.
“Os 14 quilómetros do IC1, que vão desde Alcácer do Sal até Palma não são apenas um buraco. São um buraco pegado. O piso está completamente degradado, a sinalização é praticamente inexistente e circular ali é uma aventura, com os acidentes sempre a ameaçarem e os atrasos dos utilizadores mais do que evidentes. É por isso que aquela estrada é conhecida como Estrada Negra”, explicou ao Semmais Jacinto Vinagre, membro da Associação de Utentes do Litoral Alentejano.
Comissão aguarda há anos marcação de reunião com IP
“Aguardamos que a Infraestruturas de Portugal nos dê uma resposta aos diversos pedidos de reuniões que já fizemos. Até hoje, e já lá vão anos de reclamações, nunca nos responderam. Desta vez, se não obtivermos a reunião pedida, admitimos todas as formas de protesto, incluindo marchas lentas pelo percurso, com todos os prejuízos que isso possa acarretar para os municípios”, disse o mesmo responsável, lembrando que “todas as câmaras municipais do Litoral Alentejano estão solidárias com a Associação de Utentes e todas elas reclamam os arranjos que tão importantes são para todos os concelhos, uma vez que o verão é uma época onde aumentam, para o dobro ou para o triplo, os visitantes e, por consequência, aumenta também a atividade económica”.
Jacinto Vinagre lembrou ainda que em setembro de 2020 a Infraestruturas de Portugal se comprometeu a reparar o troço em causa, para que mais tarde se lançasse o concurso (de seis milhões de euros) para que as obras se iniciassem. “Já passaram dois anos e até agora ninguém sabe de nada. A verdade é que promessas há muitas, mas a sua concretização tarda e causa grandes prejuízos para todos. No troço em causa há acidentes com frequência, alguns deles até com mortes. Esse problema pode ser facilmente ultrapassado. Basta que se façam os arranjos no piso e na sinalização que foram efetuados, por exemplo, no troço que faz a ligação entre Alcácer e Grândola Sul”, acrescentou.