Esta semana os rumores apontaram para que o aeroporto principal se construa no campo de tiro e Beja funcione para os aviões de carga e alguns de passageiros. Do Montijo não se falou. A Força Aérea, proprietária de todos os espaços, aguarda que quem manda se decida.
A especulação em torno da localização do futuro (ou futuros) aeroporto(s) de Lisboa continua a ser intensa. Desta feita, uma semana depois de não ter sido confirmada a hipótese Campo de Tiro (principal) e Montijo (complementar), aventa-se que será ainda em Alcochete – na verdade os terrenos ficam situados nos concelhos de Benavente e Montijo – a substituir o Humberto Delgado e que a Base Aérea número 11, em Beja, em tempos transformado também em aeroporto civil, será agora o eleito para receber os voos de mercadorias e alguns de passageiros.
Na quarta-feira foi o presidente da Associação Empresarial da Região de Leiria, António Poças, quem lançou mais algumas possíveis localizações. Afirmando que a localização óbvia deve ser a Norte do Tejo, por ser ali que há mais população e atividade económica, aquele responsável apontou como locais preferenciais a Base Aére número 2, na Ota, e as Oficinas Gerais de Material Aeronáutico, em Alverca.
Todas estas possibilidades foram colocadas esta semana em cima da mesa por todos os partidos políticos representados na Assembleia da República. No entanto nenhuma delas foi confirmada ou desmentida pelo primeiro ministro, António Costa, que prefere chegar a consenso com o principal partido da oposição para que no futuro “não arque com as eventuais culpas de uma escolha que se possa revelar menos correta”, conforme explicou ao Semmais fonte conhecedora do processo.
Força Aérea foi auscultada na semana passada
Esta explicação acaba por fazer sentido, uma vez que, conforme apurou o nosso jornal, horas antes de na passada semana o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, ter anunciado Alcochete e o Montijo como as soluções do Governo, a própria Força Aérea Portuguesa, que é quem detém os dois locais, havia sido contactada de urgência para se saber se seria possível uma urgente saída daqueles locais. Os militares responderam afirmativamente salvaguardando, como já o haviam feito anteriormente em relação à base aérea de Beja, a colocação de aviões e outros equipamentos em zonas de comprovada operacionalidade e com os custos inerentes a saírem do Estado.
A possibilidade de a ANA – Aeroportos e Navegação Aérea vir a prescindir de construir o aeroporto complementar no Montijo foi difundida pela SIC, cintando um comunicado da própria empresa ligada à aviação. Nesse comunicado a ANA avançou ainda que estaria na disposição de construir o aeroporto principal no campo de tiro, desde que a concessão que possui para explorar estas estruturas fosse aumentada de 50 para 75 anos. A ANA salientou que esta possibilidade não passa disso mesmo e que não chegou sequer a ser alvo de qualquer discussão com o Governo.
No campo de tiro, a ANA teria a possibilidade de construir um aeroporto que iria ocupar cerca de 16 hectares e onde deveriam ser gastos 1.100 milhões de euros numa obra que demoraria mais de uma década a concretizar.