Susana Dagaf leva à cena “Puta que Pariu!” no Teatro de Bolso

Uma história de violência com a finalidade de alertar outras mulheres. É um basta, um murro no estômago sobre flagelo que continua a tirar vidas.

Um grito silencioso por todas as mulheres vítimas de violência. É esta a mensagem que pretende transmitir a peça “Puta que Pariu!”, da autoria de Susana Dagaf, atriz que reside no Seixal e que arrisca, pela primeira vez, escrever um texto dramático.

No palco, o público irá encontrar uma mulher encurralada, presa numa “relação abusiva”. É uma mulher que foi, durante vários anos, “violentada pelo grande amor da sua vida”, explica a autora, sublinhando que “a temática abordada é pertinente, atual e necessária”. Só que, na sua ótica, “ainda é necessário refletir muito, debater e saber agir perante estas situações”. E alerta que é “preciso saber identificar os primeiros sinais, os primeiros indícios de violência, para nos conseguirmos proteger e protegermos os outros”.

“Puta que Pariu!” estreou, pela primeira vez, em maio de 2021, no Teatro de Bolso, em Setúbal, e, agora, avança para a segunda temporada até dia 17 deste mês, com interpretação de Júlia Prado.

Segundo Susana Dagaf, que também encena a peça, o feedback do público, nas oito sessões já realizadas, foi “muito positivo” na primeira temporada. “As pessoas realçaram a importância e relevância desta temática. Ficaram muito sensibilizadas e chocadas com o que assistiram em cena. Porque sabiam e sabem que, infelizmente, a história daquela personagem não é assim tão fictícia. É uma história que retrata tantas e tantas mulheres, tantas vítimas. As pessoas conseguem relacionar-se com a dor e luta daquela mulher e isso incomoda”, sublinha a mentora da criação “Puta que Pariu!”.

“Nós queremos que o público sinta esse incómodo. Queremos despertar consciências e desencadear ações. Acreditamos que mais importante do que falar ou sentir, será agir. A mudança começa sempre em cada um de nós”, conclui.

Susana Dagaf já participou, como atriz, em “O Tempo das Giestas” (2019) e “As Três Irmãs e um Tenente-Coronel” (2021), pelo Teatro do Elefante, e em “Valentin, Valentin” (2020), “Tantos Ontens” (2020) e “A Cruz de Giz” (2021/2022), no Teatro Animação de Setúbal.