ONG’s ambientais colocam em causa projeto, citando estudo de impacte ambiental e denunciam que obras já arrancaram, “de forma ilegal”, tendo já se assistido à destruição de duna e vegetação
A Plataforma Dunas Livres lançou uma campanha de angariação de fundos para impedir a construção de um empreendimento turístico em Troia que, segundo o comunicado enviado à nossa redação, “destruirá a Reserva Botânica das dunas de Troia”.
A Plataforma, que integra 10 organizações não governamentais ambientais, explica que o resort “vai ser construído inteiramente em cima de dunas, reconhecidas pela sua biodiversidade e excelente estado de conservação, mesmo na frente oceânica.” Contudo, revela que o estudo de impacte ambiental “é conclusivo” e “classifica a eliminação destes habitats como negativo, direto, certo, permanente, irreversível de magnitude forte e muito significativo”.
O comunicado alega que, apesar do licenciamento do projeto ainda não estar concluído, a câmara de Grândola terá passado “uma licença precária de estaleiro”, no dia em que a Plataforma Dunas Livres apresentou uma denúncia às autoridades do início de obras ilegais no local, com dois meses de terraplanagem de dunas e destruição total da vegetação, sem sequer alvará de construção.
A plataforma, que integra ONG como a Quercus, a Zero ou a SPEA, alerta que “a destruição de 370 hectares de dunas está a começar” e denuncia que “todo o processo de licenciamento ambiental sofreu inúmeras irregularidades, que exigem investigação e julgamento em tribunal”.
Por tudo isto, decidiram lançar uma campanha através da plataforma GoFundMe, onde pretendem angariar cerca de 20 mil euros para travarem, segundo o comunicado, “a luta legal para impedir este erro”. A Dunas Livres, sublinha ainda, que “vai continuar a proteger definitivamente o que resta da costa portuguesa.”
