Terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) do Porto de Sines, Setúbal, recebeu hoje o terceiro navio com gás russo, desde o início da guerra na Ucrânia, que descarregaram um total de 494.720 metros cúbicos de GNL
Questionada pela agência Lusa, a REN – Redes Energéticas Nacionais, concessionária do Terminal de GNL do Porto de Sines, explicou hoje que, desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, atracaram três navios com gás proveniente do Porto de Sabetta, na Rússia.
O terceiro navio, de nome Yakov Gakkel, com bandeira das Bahamas, chegou hoje, às 05h56, ao Porto de Sines e recebeu “piloto a bordo pelas 06h45”, precisou a empresa, numa resposta enviada à Lusa por correio eletrónico.
Segundo a página de Internet da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), consultado pela Lusa, o navio atracou depois às 08h30 e tem previsão de saída para as 07h00 de quarta-feira.
Durante a operação do navio Yakov Gakkel, cujo porto de registo é Nassau, vão ser descarregados “168 mil metros cúbicos (m3) de GNL”, adiantou a REN.
De acordo com a REN, o terminal, a única infraestrutura disponível em Portugal para receber e armazenar GNL, recebeu, em março deste ano, o navio ‘Vladimir Vize’ e, dois meses depois, em maio, o navio ‘Georgiy Ushakov’.
Os dois navios-tanque de GNL descarregaram, em Sines, no conjunto, “326.720 m3” de gás natural liquefeito proveniente da Rússia.
Assim sendo, os três navios provenientes da Rússia que rumaram ao porto alentejano, desde que aquele país invadiu a Ucrânia, descarregaram um total de 494.720 metros cúbicos de GNL.
A empresa esclareceu que, em 2021, o Porto de Sines recebeu oito navios com gás russo, de um total de 64 navios de transporte de GNL, sendo a maioria proveniente da Nigéria (34), seguindo-se os Estados Unidos da América (18) e o Qatar (quatro).
Este ano, pelo terminal da REN no Porto de Sines, além dos três navios com gás russo, já passaram 47 navios com GNL, oriundos da Nigéria (25), EUA (15), Trinidad e Tobago (seis), EUA/Trinidad e Tobago (um), acrescentou.
Lançada há praticamente meio ano – data que se assinala na quarta-feira –, a ofensiva militar russa na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).