Autarca considera decisão “irracional” e pede intervenção do governo para que o seu município, um dos maiores do país, não fique apenas com três balcões da banca pública
Decorreu na manhã desta sexta-feira uma manifestação, promovida pela câmara do Seixal, para protestar contra o encerramento do balcão da Caixa Geral de Depósitos na freguesia de Corroios.
“É uma decisão completamente irracional”, classifica Joaquim Santos, presidente da câmara, em declarações ao nosso jornal. “Não faz sentido nenhum, ainda mais quando a própria CGD apresentou lucros, em 486 milhões de euros, neste primeiro semestre”, acrescentou o autarca.
“É incompreensível como uma freguesia com mais de 50 mil habitantes perde uma agência da CGD, a única que tinha, e que servia não só a economia local como também milhares de utentes, especialmente os reformados que recebem a reforma e que vão ser agora prejudicados”, reforçou.
O presidente da câmara mostra-se “perplexo”e não compreendo como é como é que o concelho do Seixal, com perto de 170 mil habitantes e 95 quilómetros quadrados de extensão territorial, fique apenas servido de três balcões da Caixa Geral de Depósitos, localizados nas freguesias do Seixal, Cruz de Pau e Paivas, caso se confirme o encerramento em Corroios.
Joaquim Santos deixou ainda largas críticas a Paulo Macedo, Diretor executivo da Caixa Geral de Depósitos. “Esta decisão só é lógica num sentido de poupança. Encerrando-se um balcão, despendem-se as pessoas e poupa-se na renda. É assim”, afirmou o autarca. “O senhor Paulo Macedo está a matar a Caixa. Poupa em despesas, mas depois perde clientes, porque as pessoas têm de procurar outros balcões de outros bancos”, referiu.
O autarca apelou à intervenção do governo nesta situação. “Só o senhor ministro das finanças, Fernando Medina, e o senhor primeiro-ministro, António Costa, podem travar esta situação. Devem chamar à atenção a administração da Caixa para esta decisão”, afirmou.
“O governo deve intervir e apelar para que a Caixa não feche mais balcões, que continue a dar espaço à iniciativa privada e deixe de servir a economia local e as populações. Deve haver orientações para manter estas dependências, como reforça-las, porque esse é que é o objetivo da banca publica”; sublinhou. “Que país é este? Onde nós pagamos cada vez mais e temos menos serviços públicos”, acrescentou, criticando.
Joaquim Santos confirmou que a autarquia já solicitou reuniões urgentes com Paulo Macedo e com o ministro das finanças, mas que até ao momento não obteve resposta. Ainda assi, o autarca deixou a garantia de “contestar firmemente esta situação” e “lutar para a reverter”.