A Câmara de Évora exigiu à Infraestruturas de Portugal (IP) a “reposição integral dos acessos e ligação de infraestruturas” a dois bairros locais afetados pelas obras de construção da ferrovia entre Sines (Setúbal) e Elvas (Portalegre).
Em comunicado enviado, o município revela que, em reunião de câmara já realizada este mês, deliberou por unanimidade aprovar uma moção em que “assume forte preocupação pela perspetiva de incumprimento por parte da IP de um conjunto de preocupações e recomendações anteriormente manifestadas”.
Preocupações e recomendações essas que são “fundamentais para a segurança e qualidade de vida da população residente nas áreas afetadas pela ligação ferroviária Sines – Évora – Elvas, cujas obras decorrem no perímetro Este da cidade” de Évora, lê-se no comunicado.
Por isso, “os autarcas manifestam a exigência de reposição integral dos acessos ao Bairro da Caeira e Garraia, bem como das infraestruturas de abastecimento de água e de drenagem de esgotos e águas pluviais”.
Além disso, a câmara reafirma “a exigência da execução de medidas de mitigação necessárias para reduzir os impactos negativos da passagem de composições ferroviárias, ao nível do ruído e vibrações”.
“De igual modo, [os autarcas] exortam a IP a que proceda à correção da deficiente solução apresentada para o Nó 122, de ligação entre a Estrada Nacional 18 e o Caminho Municipal 1090, que apresenta problemas de segurança”, é acrescentado na nota.
Segundo o comunicado, os eleitos municipais “chamam ainda a atenção para a extrema importância da adoção de medidas que assegurem a edificação da plataforma logística ferroviária em Évora”.
Só desta forma será possível assegurar “a todos os potenciais beneficiários, sobretudo às empresas, o uso pleno desta importante infraestrutura” e “garantir que a utilização desta linha por comboios de passageiros seja efetivamente uma realidade, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento e reforço da coesão territorial desta região”, acrescentam, no comunicado.
Estão em fase de obra os quatro troços que vão integrar o Corredor Internacional Sul, entre Sines e a fronteira do Caia, em Elvas (Portalegre), no âmbito do Programa de Investimentos na Expansão e Modernização da Rede Ferroviária Nacional “Ferrovia 2020”.
O projeto pretende reduzir o tempo de trajeto, em consequência da utilização de comboios de tração elétrica entre Sines e Caia, e “aumentar a eficiência e atratividade” do transporte ferroviário de mercadorias, ao permitir a circulação de comboios de mercadorias com 750 metros de comprimento.