As urgências de obstetrícia do hospital do Barreiro não deverão ser encerradas, como apontava uma recomendação da Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia-Obstetrícia e Bloco de Partos, disse hoje o presidente da autarquia da Moita.
Carlos Albino (PS) falava à Lusa após uma reunião entre os autarcas da Moita, Alcochete, Barreiro e Montijo e o ministro da Saúde, Manuel Pizarro.
“O que foi dito é que não passava de um estudo preliminar e que o ministro […] não estaria a equacionar fazer esse tipo de encerramento. Uma coisa dessas necessitaria de uma avaliação mais aprofundada, o que não irá acontecer neste momento”, disse Carlos Albino.
Segundo o autarca, o balanço da audiência “não poderia ter sido mais positivo”.
“Saímos [do encontro] com a forte convicção que, à partida, essa situação [de encerramento] não irá avançar, sendo que se avançasse […] seriamos fortemente contra, mas não foi com essa convicção que saímos de lá”, indicou.
De acordo com uma notícia avançada pelo Expresso, o grupo de peritos encarregue de propor uma solução para as urgências de obstetrícia e blocos de partos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) propôs ao Governo o fecho do atendimento SOS em dois hospitais da Grande Lisboa e dois na área geográfica da administração regional do Centro: as urgências obstétricas de Vila Franca de Xira, Barreiro, Covilhã e Castelo Branco.
Há um mês, cerca de 60 pessoas protestaram junto ao Centro Hospitalar Barreiro-Montijo (CHBM) contra a possibilidade de a maternidade ser encerrada, alertando que, a concretizar-se, a medida agravaria “um cenário de consecutivos encerramentos de valências”.
Pela mesma altura, o ministro da Saúde, Miguel Pizarro, disse em Braga que as decisões sobre o eventual encerramento de maternidades seriam anunciadas dali “a alguns meses” e teriam “toda a sustentação técnica”.
“Nós recebemos um relatório preliminar que exige uma visita cuidadosa a cada instituição, um diálogo com os profissionais, um diálogo com as instituições, desde logo com a Ordem dos Médicos. Estamos num trabalho preliminar e daqui a alguns meses anunciaremos as nossas decisões”, afirmou, então, Manuel Pizarro, reiterando que o seu foco é garantir previsibilidade ao funcionamento do sistema de saúde materno-infantil.
Anteriormente, o governante já tinha referido que o Governo não iria fechar nenhum serviço de obstetrícia e blocos de partos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde até ao final do ano, decisão que só será tomada no inicio de 2023.